Distrito Federal

Coluna

Um Brasil que exporta e se importa com a cultura

Imagem de perfil do Colunistaesd
Turma da École Philippe Gaulier homenageando Julieta Hernandez, a palhaça Jujuba, vítima de feminicídio. - Foto: Arquivo pessoal
Uma experiência que contribui para concretizar sonhos que às vezes parecem distantes

O começo do ano é aquele momento em que o Brasil e alguns outros países fazem as artes transbordarem por todos os lados. Músicas, perna de pau, fantasias, danças e muito brilho. Saímos do Carnaval com mais vontade de brincar, colorir e sonhar o ano, a vida.

Nessa coluna vamos partilhar de uma experiência que contribui para concretizar sonhos que às vezes parecem distantes. No nosso último texto falamos sobre os avanços das políticas públicas para cultura e agora trazemos um exemplo concreto.


Palhaço Mateus do Maracatu Rural de Nazaré da Mata (PE). / Foto: Carolina Paiva

Na primeira quinzena de janeiro de 2024, um de nossos burlescos participou de um curso de palhaçaria na França, graças a fomentos públicos, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e da Funarte, financiando os custos de transporte, hospedagem, alimentação e taxa de participação no curso.

Decidimos compartilhar nesta coluna esta informação por muitos motivos.

Primeiro, achamos importante divulgar a existência deste tipo de recurso distrital e federal para apoio a artistas que queiram participar de atividades culturais pelo Brasil e pelo mundo. E por isso deixaremos aqui os links para serem acessados: Programa Conexão Cultura DF e Programa de Intercâmbio Cultural MinC.

Segundo para enfatizar a importância do Estado em fomentar mecanismos que contribuam para a ampliação do acesso e da fruição livre de bens e serviços artístico-culturais em âmbito nacional e internacional. Importância reconhecida pelos colegas de turma do curso de palhaçaria, de diferentes origens do mundo  - em sua absoluta maioria europeia e norte-americana -, ao saberem deste incentivo, e ao comentarem que desconhecem tal apoio financeiro para artistas em seus países de origem.

Há uma tendência, no senso comum, de se achar que países do dito "primeiro mundo" sempre valorizaram e valorizam o trabalhador, o povo, os pobres, os desempregados, a classe artística. É sempre bom lembrar que com a criação do MEI (Microempreendedor Individual) em 2008, no Governo Lula, diferentes artistas puderam se formalizar, pois somos na maioria autônomos, e com isso ter direito à, entre outras coisas, licença maternidade, auxílio-desemprego e aposentadoria.

Em 2023, com o lançamento do Edital da Bolsa Funarte de Mobilidade Artística, também no Governo Lula, houve um investimento de 2,4 milhões de reais para concessão de 102 bolsas para promoção das mais diferentes linguagens das artes brasileiras, dentro e fora do país, em atividades artísticas de circulação, formação, residência e intercâmbio.

No nosso caso, a bolsa foi para custear a formação de Pedro Caroca na arte milenar da palhaçaria, durante duas semanas na École Philippe Gaulier na cidade de Étampes, na França. E complementarmente, recebeu recurso do Conexão Cultura DF, que tem fluxo contínuo de inscrições por agentes culturais distritais.

Foto 2 - Turma da École Philippe Gaulier homenageando Julieta Hernandez, a palhaça Jujuba, vítima de feminicídio. Arquivo pessoal.

Toda a experiência da participação do burlesco foi partilhada em um blog no formato de diária de bordo do palhaço Seu Cocó, um voo solo muito enriquecedor para nós, a experiência de cada um soma muito para o coletivo ir cada vez mais longe. Esperamos que a leitura inspire outros artistas a se inscreverem e se lançarem no Brasil e no Mundo!

:: Leia outros textos desta coluna ::

*A Cia Burlesca é uma companhia de teatro político do Distrito Federal.

**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato DF.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Edição: Márcia Silva