Distrito Federal

Direito de Existir

Romper Amarras: conheça projeto que acolhe e incentiva protagonismo de adolescentes LGBT no DF

I Encontro de Adolescentes LGBTQIA+ do DF e Entorno reuniu jovens, artistas e educadores para celebrar a iniciativa

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
I Encontro de Adolescentes LGBTQIA+ do Distrito Federal e Entorno foi realizado na terça-feira (20), no Centro Cultural de Brasília - Paulo Dias

A adolescência é um momento de intensas transformações e descobertas, o que pode ser conturbado, especialmente para pessoas LGBTQIA+, que muitas vezes têm seu direito de existir questionado e desrespeitado. Iniciativas de apoio e acolhimento a esses adolescentes permitem que eles tenham um desenvolvimento mais saudável. 

O projeto Romper Amarras surgiu com o objetivo de defender os direitos de crianças e adolescentes LGBTQIA+ no Distrito Federal e Entorno. Desenvolvido pelo Centro de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes do Distrito Federal (Cedeca DF) e apoiado pela Embaixada da Alemanha, o projeto tem realizado um trabalho importante de apoio a adolescentes LGBTQIA+ periféricos no processo de autodescoberta e de conhecimento sobre seus direitos.

Um dos pontos centrais do Romper Amarras é incentivar o protagonismo dos próprios adolescentes, como forma de empoderá-los e de desenvolver autonomia. Nas oficinas ofertadas pelo projeto, além de configurarem um espaço de diálogo e de atividades artísticas e culturais, os jovens são instigados a aprender e a replicar o conhecimento adquirido, atingindo outros adolescentes. 

Jovens de São Sebastião, Águas Lindas e Cidade Estrutural participaram das atividades desenvolvidas pelo Romper Amarras ao longo do ano. A ideia é criar uma rede de apoio e acolhimento para adolescentes LGBTQIA+ em todo DF e Entorno. 

I Encontro de Adolescentes LGBTQIA+ do Distrito Federal e Entorno

Como forma de finalizar e celebrar o trabalho desenvolvido pelo Romper Amarras em 2022, foi organizado o I Encontro de Adolescentes LGBTQIA+ do Distrito Federal e Entorno. O evento aconteceu na terça-feira (20), no Centro Cultural de Brasília (CCB), e contou com uma programação especial repleta de apresentações artísticas, debates, intervenções culturais, oficinas e shows. Foram disponibilizados transporte e alimentação para os adolescentes participantes. 

“As oficinas tiveram o intuito de dialogar sobre as violações vivenciadas pelos adolescentes, relatos de vida, e contextualizar um pouquinho da história do movimento LGBT e como isso se conecta com os adolescentes, mesclando também com atividades artísticas e culturais, como oficina de vogue, de customização, de comunicação”, explica Walisson Lopes, assessor institucional do Cedeca DF.

Além disso, foram oferecidas bolsas de auxílio para que os jovens pudessem se engajar no projeto e mobilizar outros adolescentes. Eles também foram responsáveis por auxiliar os educadores nas oficinas.

Durante o evento, que também contou com a participação de Keka Bagno (PSOL), foi apresentada uma publicação confeccionada pelo Romper Amarras a partir do mapeamento de instituições, escolas e equipamentos públicos que têm políticas de proteção à criança e adolescente LGBTQIA+ no DF e Entorno. Além disso, o documento traz falas significativas e relatos dados pelos jovens que participaram das oficinas desenvolvidas ao longo deste ano. 

Segundo Walisson Lopes, o Encontro foi de extrema importância, sobretudo para os adolescentes, que estiveram à frente na condução e construção do evento. “Eles realmente abraçaram o projeto!”, comemora.

“O Encontro é o resultado de um processo. E ele é importante exatamente por isso. É o desfecho desse processo de amadurecimento dos adolescentes, sobretudo dos adolescentes bolsistas. A ideia foi trazer um pouquinho do que foi discutido ao longo desse ano e um pouquinho das oficinas que foram tocadas. A replicação dessas oficinas para outros adolescentes, para que eles também possam se empoderar e discutir a respeito das pautas e das questões LGBTQIA+”, afirma o assessor. 

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Edição: Flávia Quirino