O nome do antropólogo Darcy Ribeiro será integrado ao Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (13).
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, com páginas de aço, registra o nome de brasileiros que dedicaram suas vidas à defesa e à construção do país. Ele é guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O nome de Darcy Ribeiro como Herói da Pátria foi aprovado em outubro na Comissão de Educação do Senado Federal. O Projeto de Lei teve origem na Câmara dos Deputados e recebeu parecer favorável do senador Paulo Paim (PT-RS).
“A obra O Povo Brasileiro, de sua autoria, é uma reflexão profunda e erudita sobre a identidade nacional, contribuindo para um entendimento mais abrangente da diversidade cultural que compõe o Brasil”, destacou Paim, enfatizando que o homenageado foi um incansável defensor dos direitos dos povos indígenas, reconhecendo a importância de suas culturas e saberes ancestrais.
Darcy Ribeiro nasceu em 26 de outubro de 1922, em Montes Claros (MG). Educador, antropólogo e político, ele foi uma das figuras mais proeminentes na defesa da educação e da cultura no país, além de principal mentor da fundação da Universidade de Brasília.
Também exerceu os cargos de ministro da Educação e ministro-chefe da Casa Civil do governo de João Goulart e de vice-governador do Rio de Janeiro durante a gestão Leonel Brizola — quando se engajou na implementação de reformas voltadas à democratização do acesso ao ensino.
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Suas ideias sobre a identidade latino-americana influenciaram diversos estudiosos na região e seu trabalho como professor e pesquisador é amplamente reconhecido como uma das maiores fontes de compreensão da realidade brasileira.
Como funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, redigiu o projeto do Parque Indígena do Xingu, criado em 1961. Foi responsável pela criação e pelo projeto cultural do Memorial da América Latina, centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 1989, no bairro da Barra Funda, em São Paulo.
O antropólogo teve seus direitos políticos cassados e foi forçado ao exílio após o golpe militar de 1964. Durante esse período, foi convidado para participar de reformas universitárias no Chile, Peru, Venezuela, México e Uruguai. Em 1976, retornou ao Brasil e foi anistiado em 1980.
Darcy Ribeiro foi o relator no Senado Federal do projeto de lei que originou a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), também conhecida como Lei Darcy Ribeiro. Ele faleceu em 17 de fevereiro de 1997.
Com informações da Agência Senado.
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Edição: Flávia Quirino