Márcia Abrahão Moura, reitora da Universidade de Brasília (UnB), recebeu, nesta quarta-feira (13), o título de Cidadã Honorária de Brasília, em sessão solene realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
“Esse título me honra muito”, afirmou a homenageada, que é natural do Rio de Janeiro, mas vive há muitos anos no DF. “Aqui tem pessoas que representam muito da minha vida do trabalho, da vida pessoal e da história. E todos vocês, por favor, se sintam também recebedores dessa honraria, porque tem um pedacinho de cada um e de cada uma de vocês nessa honraria. E eu espero honrar minha cidade. Agora, de fato, sou brasiliense”, declarou.
A homenagem foi proposta pela deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), que destacou o fato de Abrahão ter sido a primeira mulher a ocupar a reitoria da UnB. A parlamentar também pontuou uma série de ações realizadas durante a gestão da reitora, como a construção de uma creche pública dentro do Campus Darcy Ribeiro. O espaço será cedido à Secretaria de Educação do DF em breve, que administrará a unidade, e contará com parcerias com a Fiocruz e o Hospital Universitário.
Márcia Abrahão é mestre e doutora em geologia pela UnB e foi eleita reitora da instituição por dois mandatos, em 2016 e 2020. Enquanto gestora, enfrentou os desafios da pandemia da covid-19, além dos cortes orçamentários e outros ataques às universidades públicas realizados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Essa capacidade de conseguir articular e conviver com adversidades e diferenças, e ter seu trabalho respeitado por pessoas e autoridades de diferentes espectros, foi destacada pela ex-deputada distrital e ex-governadora do DF Arlete Sampaio. “Temos orgulho do legado que ela deixa, porque nesse tempo [de gestão] a UnB cresceu nos ranking das universidades da América Latina e do Brasil”, celebrou.
O papel de liderança de Abrahão durante o processo de expansão da UnB, que culminou na construção de novos campis em Planaltina, Ceilândia e Gama, também foi destacado pelos participantes da sessão solene.
“A reitora Márcia conduziu brilhantemente o processo do Reuni [Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], tentando inclusive mediar as divergências que se tinha na universidade sobre a forma e o formato da expansão, se era o momento, se a expansão traria dificuldades para qualidade da educação. E a Márcia teve muita coragem de enfrentar todos esses debates”, relatou o deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF).
Segundo ele, a expansão garantiu a participação daqueles que sempre estiveram fora da Universidade, contribuindo para um grande salto na qualidade da instituição.
Fábio Felix (Psol-DF) realçou a luta de Abrahão pela defesa da autonomia da universidade e destacou sua capacidade de articulação, tendo sido nomeada reitora da instituição, mesmo em um contexto político adverso, em que expressava aberta e publicamente suas divergências com o governo federal.
“Ela deu uma demonstração da liderança”, afirmou o parlamentar. “Uma liderança capaz de ter ternura nos momentos difíceis”.
“A professora Márcia é uma articuladora nacional. Em momentos muito difíceis, como a pandemia da covid-19, a universidade deu uma demonstração de vocação de liderança para a ciência, de liderança para a defesa da saúde e da vacina. A universidade esteve de pé colaborando com a sociedade”, concluiu.
Para o ex-reitor da UnB, José Geraldo, o reconhecimento da CLDF à atuação de Márcia Abrahão abrange a construção coletiva que representa a UnB. Em suas considerações, José Geraldo observou que “a reitora pautou os direitos humanos como eixo de sua gestão”, recuperando, desse modo, “a vocação da UnB de compromisso com o social”.
A gestão de Márcia Abrahão na reitoria se encerra no final deste ano. Durante o evento, foram apresentados vídeos produzidos pela TV Distrital em homenagem à agraciada, com depoimentos de familiares, amigos e profissionais da área. Também participaram da sessão solene embaixadores, professores, jornalistas e estudantes.
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Edição: Flávia Quirino