Movimentos sociais, sindicais, estudantis e simpatizantes da causa palestina realizaram nesta quinta-feira (6) um ato público contra o genocídio do povo palestino. A concentração para a manifestação ocorreu em frente ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), na Asa Sul, depois os manifestantes seguiram em carros até a Embaixada da Itália, de onde fizeram uma caminhada de cerca de 1 km até a Embaixada de Israel.
“Estamos aqui na frente dessa embaixada que representa atos infanticidas, genocidas e que roubou a Palestina há 76 anos”, afirmou Expedito Mendonça, do Comitê de Solidariedade à Palestina do Distrito Federal aos demais manifestantes, quando chegaram em frente a Embaixada de Israel, que estava protegida por um forte esquema de segurança, realizado pela Polícia Militar do Distrito Federal, impedindo os manifestantes de se aproximarem do prédio.
De acordo com o Comitê de Solidariedade à Palestina do DF, já foram assassinadas 18 mil crianças na Palestina desde outubro, em razão das ações do governo de Israel na Faixa de Gaza. “A guerra começou quando Israel invadiu a Palestina, financiada pelo imperialismo em 1948”, afirmou ainda Expedido em frente da Embaixada.
Para a professora aposentada, Maria Luiza, é importante participar do ato para pressionar os governos para ações que possam interromper a assassinato indiscriminado de pessoas, sobretudo mulheres e crianças na Faixa de Gaza. “Eu sou solidária a um povo que está sofrendo um verdadeiro massacre. Não é guerra. Só um lado que está massacrando o outro que é a população civil”, avaliou a professora.
Já Pedro Batista, também integrante do Comitê de Solidariedade à Palestina do DF, chamou atenção para o fato de que atos como este, que repudiam as ações de Israel estão acontecendo cada vez mais pelo mundo e é importante que ocorram em Brasília por sediar as embaixadas.
“Nós decidimos trazer esse ato até aqui em frente da Embaixada sionista e genocida, porque já são 18 mil crianças mortas. Israel tem sido cada vez mais criminoso no infanticídio, matando crianças”, lembrou Pedro.
Aula Pública
Na sexta-feira (7) será realizada às 16h, na sede da Associação do Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), uma aula pública sobre “Oito meses de genocídio em Gaza e o papel das universidades brasileiras no boicote ao Apartheid israelense”.
O debate será mediado pelo embaixador Tadeu Valadares e com a participação de Jamal Juma, integrante da secretaria nacional do Comitê Nacional Palestino de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC) e Maren Mantovani, integrante da secretaria internacional do BNC.
Contexto
O número de vítimas fatais ultrapassou 36 mil palestinos — cerca de 70% mulheres e crianças —, com mais de 8 mil pessoas desaparecidas debaixo dos escombros. Foram destruídos 35% dos prédios e praticamente todos os mais de dois milhões de habitantes foram forçados a deixar suas casas.
No outro território palestino ocupado, a Cisjordânia, a violência ilegal praticada por colonos israelenses é diária, com mais de 500 mortos. Desde o início do conflito, milhares de palestinos foram presos e o governo anunciou que outros milhares vão ser detidos este ano.
A ONU alerta para o desastre humanitário, acusando Israel de usar a fome coletiva como arma de guerra e ressaltando a possibilidade real de que centenas de milhares de palestinos venham a morrer por falta de alimentos. A Corte Internacional de Justiça ordenou a interrupção imediata dos bombardeios em Rafah, para evitar a morte de civis, decisão ignorada por Israel.
*Com informações da AFP
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Edição: Márcia Silva