Paraná

Direitos Humanos

Instaladores de internet terceirizados reclamam de ausência de equipamentos de proteção

Categoria protesta contra precarização do segmento e vínculos frágeis de trabalho

Curitiba (PR) |
Instaladores de internet terceirizados possuem vínculos de trabalho frágeis e atuam sem EPI. - Foto: Divulgação

Joilson Graminho é presidente do Sintiitel, sindicato que representa parte da categoria terceirizada de instaladores de serviços de internet. Os trabalhadores ensaiam a construção de uma campanha que mostre as condições precárias em que a categoria se encontra, com vínculos de trabalho frágeis e ausência, por exemplo, de Equipamento de Proteção Individual (EPI). 

Graminho calcula que a Federação nacional da categoria (Fenatel) representa cerca de um milhão de trabalhadores de um segmento em crise com a inserção de novas tecnologias. Em Curitiba, o prestador de serviços de internet é um segmento organizado entre o Sintiitel e o Sindel. A base, precarizada e fragmentada da categoria, é mais ampla e boa parte não está sindicalizada. Isso porque, de acordo com ele, as operadoras contratam pequenas subsidiárias que, por sua vez, contratam os trabalhadores para instalação. 

“O problema central é a contratação por Microempreendedor Individual (MEI), na qual a empresa não se responsabiliza por gastos e equipamentos. Algumas têm até carros, a maioria não”, afirma. E complementa: “Outro problema é a falta de fiscalização por parte das empresas, embora aleguem que fiscalizam o uso de equipamentos nas instalações de rua”, aponta. Com isso, também, a qualificação do trabalhador de forma geral diminui. 


Joilson, presidente do Sintiitel, reclama da precarização e fragilidade dos contratos da categoria. / Foto: Acervo Pessoal

Graminho defende que o trabalho alcançou maior formalização, porém a exploração hoje é maior e os salários mais baixos comparado a outros períodos. “Antes a maioria era CLT mas ganhava por fora, hoje formalizou bastante mas o ganho caiu muito, aumentou a exploração”, define. 

O Sintitel estuda formas jurídicas e de lançamento de uma campanha sobre o tema dos vínculos frágeis de trabalho. No entanto, para Graminho, o primeiro passo é dialogar com os trabalhadores na base. “Em 2014, fizemos greve diante da intransigência das empresas e arrastamos um dissídio coletivo por 11 meses. Agora, uma das nossas pautas é a convenção única com as empresas”, afirma. 

Outro lado 

A Redação do Brasil de Fato Paraná enviou perguntas para o sindicato patronal, o Sindicato das Indústrias e Empresas de Instalação, Operação e Manutenção de Redes, Equipamentos e Sistemas de Telecomunicações do Estado do Paraná (Siitep), mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.

Edição: Mayala Fernandes