Distrito Federal

Luta internacional

Atos políticos e culturais marcam o 1º de maio no DF

Eventos na capital ocorreram na Asa Sul, Eixão Norte e Museu Nacional; CNTE convoca para Marcha no próximo dia 22

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Evento organizado por CUT e sindicatos ocorreu no gramado da 106 Sul - CUT-DF/Divulgação

Para marcar os 138 anos de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores a Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF) e sindicatos filiados organizaram um ato político-cultural na manhã desta quarta-feira (1º), no gramado da 106 Sul, região do Plano Piloto, em Brasília. O evento contou com a participação de sindicalistas, militantes de movimentos sociais e populares que se reuniram na celebração pelo Dia Internacional Dia Internacional dos Trabalhadores  na capital do país. Entre as falas políticas, o evento contou com muita música e demais apresentações artísticas.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, destacou que o dia era de levar reivindicações para as ruas, mas também de valorizar as conquistas. “A classe trabalhadora mudou radicalmente o Brasil, resistiu aos períodos mais amargos da nossa história e arrancou direitos de governos e patrões, muitas vezes tendo como único recurso sua disposição de luta, mobilização e esperança”, afirmou Rodrigues.

Representantes de trabalhadoras e trabalhadores da Educação que atuam no Ensino Superior no Distrito Federal falaram sobre a greve no serviço público e apontaram as reivindicações. Na Universidade de Brasília (UnB), técnico-administrativos estão em greve desde o dia 11 de março e docentes da UnB, desde o dia 15 de abril. Já os técnico-administrativos do Instituto Federal de Brasília estão em greve desde o dia 3 de abril. Na pauta de reivindicações estão a reestruturação das carreiras e reajuste salarial.

"Os docentes da UnB estão em greve, porque entendem que a greve é instrumento de luta para fortalecer não só as condições de trabalho e salário. Ela é fundamental para fazer o Estado avançar nas políticas de garantia de direitos”, defendeu a presidenta da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Eliene Novaes.


Rodrigo Rodrigues e Eliene Novaes em do Dia do Trabalhador / Foto: CUT-DF/Divulgação

Durante o ato, foram realizadas diversas manifestações sobre a conjuntura política nacional e internacional. A precarização das relações de trabalho, as jornadas desregulamentadas, entre outros efeitos da Reforma Trabalhista foram bastante apontados nas intervenções. “Nós estamos saindo de um período extremamente traumático da história brasileira, onde o fascismo de apropriou do estado e fez com que o estado não cumprisse a sua função precípua e estabeleceu um assédio institucional”, analisou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Os processos de privatização no Distrito Federal, a situação da saúde e da educação também foram foco das manifestações. O deputado distrital Gabriel Magno (PT) criticou o governo de Ibaneis Rocha (MDB) e sua vice Celina Leão (PP), que, segundo ele, se alinham a extrema direita e ao que tem de pior na política. “Nós vamos ter projeto, vamos ter candidatura para derrotar Bolsonaro aqui no Distrito Federal, para derrotar Ibaneis, para derrotar Celina e todo mundo que se alinhar a essa corja, que está destruindo a nossa cidade, entregando o DF para os ricos e grandes empresários”.

As manifestações políticas foram intercaladas com apresentações musicais de MPB, samba e fanfarra, com Claudinha Costa (trio), Nei Casemiro (trio),  Sambarrumadim e Capivareta Repercussiva.

Eixão Norte

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) junto a outras centrais sindicais, também realizou uma manifestação para celebrar as conquistas históricas da classe trabalhadora e destacar as demandas que refletem as necessidades da população brasileira. Emprego Decente, Menos Juros, Aposentadoria digna, Correção da Tabela do Imposto de Renda, Salário Igual para Trabalho Igual, Reindustrialização e Reforma agrária foram alguns dos temas da CTB, que se reuniu no Eixo Norte 108.

Cultura

Ainda em comemoração ao 1º de maio, fem frente ao Museu Nacional da República foi realizado um evento com shows de artistas e grupos locais e nacionais. O projeto 'Conterrâneos Novos de Guerra' contou com uma programação multicultural que uniu diversas expressões artísticas como cinema, poesia, artes visuais e música. A iniciativa, idealizada pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, é promovida pelo Instituto Neoenergia e conta com aporte financeiro da Lei de Incentivo à Cultura (LIC-DF).

Marcha da Classe Trabalhadora

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, participou do evento do 1º de Maio da CUT-DF e falou sobre a Marcha da Classe Trabalhadora, que acontecerá no dia 22 de maio, também em Brasília. "Vamos trazer muita gente para as ruas, para defender os direitos da classe trabalhadora, para defender os serviços públicos, para defender a educação pública em nosso país", convidou Heleno.

Convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, a Marcha se sustenta em três eixos de luta: a revogação das reformas trabalhistas e previdenciárias e pelo fim da lei das terceirizações. Um dos objetivos é apresentar uma agenda ao Congresso Nacional para que garanta o pleno emprego, melhores salários e um desenvolvimento econômico e social para o país. Por isso, um dos principais alvos da manifestação, o Projeto de Emenda Constitucional n.º 32/20, da reforma administrativa, proposta no governo Bolsonaro.

A concentração da Marcha está marcada para às 8h, no estacionamento da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Eixo Monumental, em Brasília.

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Edição: Márcia Silva