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Cine Brasília reinicia exibições e atividades; confira programação

Retomada acontece após dois meses de paralisação para reformas e renovação de contrato

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Selecionada para gerir o espaço por 36 meses terá orçamento de R$ 6 milhões - Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Depois de dois meses paralisado por reformas e renovação do contrato de gestão, o Cine Brasília retomou as atividades no início desta semana. A nova programação segue de 23 de abril a 5 de maio com a Mostra Ocupação. Todas as sessões estão marcadas para começar às 20h.

O tradicional cinema localizado na entrequadra 106/107 da Asa Sul permaneceu fechado para passar por uma reforma estrutural abrangente. De acordo com a  Secretaria de Cultura e Economia Criativa, essas mudanças incluíram tornar os banheiros acessíveis, substituir partes elétricas e hidráulicas, impermeabilizar o telhado, realizar reparos nas caixas de luz na área externa e restaurar a obra "Candango", que está em exposição na entrada do Cine Brasília. Além disso, foi instalada uma nova tela, permitindo a exibição de filmes em 3D e 4K.

A Box Companhia de Arte foi novamente selecionada como a vencedora da proposta. O termo de cooperação será válido por 36 meses, com um investimento total de R$ 6 milhões. Sob o novo contrato, está prevista a exibição de produções que não fazem parte do circuito convencional, além da promoção de diversas atividades culturais no espaço público.

"Estamos seguindo as diretrizes estabelecidas no edital para manter o Cine Brasília como um local diversificado para a divulgação do cinema do Distrito Federal e também como um espaço para debates, com acesso facilitado", explicou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes.

Ele também ressaltou que a nova gestão compartilhada visa melhorar ainda mais a programação. "Estamos estabelecendo uma parceria de três anos. Isso nos dará mais tempo para planejar, o que resultará em uma experiência de alta qualidade para os frequentadores do Cine Brasília. Estou confiante de que será um sucesso", afirmou.

Programação inicial

As produções foram escolhidas a partir da curadoria do cineasta Pedro Lacerda. A proposta é exibir filmes de curta, média e longa duração produzidos por cineastas brasilienses de modo a fazer uma retrospectiva do cinema local.

A Mostra iniciou na terça (23) com a exibição do filme Mãe, de autoria da diretora Adriana Vasconcelos. O longa-metragem mistura realidade e ficção para contar a história de diferentes mulheres de uma mesma família que ficam presas a eventos trágicos interligados. Na quarta-feira (24), foi a vez do documentário Hollywood no Cerrado, de Tânia Montoro, que traz uma perspectiva sobre a ocupação do Centro-Oeste do Brasil por meio de histórias pouco conhecidas, como de missionários, sírio-libaneses e norte-americano.

O curador também contribui para a exposição com o filme "Vidas Vazias e as Horas Mortas". Com exibições marcadas para os dias 25 de abril e 2 de maio, este longa-metragem retrata os últimos momentos de um pai em seu leito de morte, pedindo ao filho mais novo que reúna a família. Enquanto o filho segue em busca dos irmãos, que deixaram o Ceará para trabalhar na construção de Brasília, ele se depara com um ambiente totalmente diferente do seu, onde se depara com policiais corruptos, traficantes de armas e assassinos.

Na sexta-feira (26), será apresentado o filme Fuga sem destino, do saudoso bombeiro cineasta Afonso Brazza (1955 - 2003), que conta a história do personagem Trovão, um perigoso pistoleiro aposentado que recebe a proposta de resgatar vários detentos numa prisão de segurança máxima. Este será exibido novamente no último dia da mostra, 5 de maio.

No dia 27, será exibido Servidão, dirigido por Renato Barbieri, com no 1º de maio. A produção traz depoimentos de abolicionistas modernos e trabalhadores rurais que foram vítimas de condições de trabalho análogas à escravidão. A produção é narrada pela cantora e atriz Negra Li.


Foto: Reynaldo Zangrandi / Cenas do filme Servidão dirigido por Renato Barbieri

No dia 28, o cineasta Jimi Figueiredo exibe seu Noctiluzes de 2021. Este longa-metragem fez parte da seleção oficial do Festival Internacional de Zanzibar em 2022 e narra um encontro entre um homem cego e dois estranhos em um píer.

Durante dois dias da segunda semana do evento, o Cine Brasília terá sessões duplas. Em 29 de abril, será exibido o média-metragem "Carneiro de Ouro", dirigido pela professora Dácia Ibiapina, que conta a história de Dedé Rodrigues, um cineasta que produz filmes com recursos limitados no sertão do Piauí, e o longa "Maria Luiza", dirigido por Marcelo Diaz, que retrata a primeira transexual das Forças Armadas brasileiras.


Foto: Pedro Julio/Divulgação / Filmagem do curta 'Carneiro de ouro', de Dácia Ibiapina

Em 30 de abril, serão exibidos o curta "Mário Fontenelle – A Oração Silenciosa", dirigido por Pedro Jorge, sobre o fotógrafo de Juscelino Kubitschek, e o longa "Pra ficar de boa", dirigido por Nubia Santana, que aborda a rotina de crianças e adolescentes marginalizados, vivendo em situação de rua e em conflito com a lei em centros de internação. Os filmes serão exibidos novamente na sexta-feira, dia 3 de maio.

Outro filme presente na mostra é "Cora Coralina – Todas as Vidas", dirigido por Renato Barbieri, que mescla elementos de realidade e ficção para retratar a história da escritora goiana que publicou seu primeiro livro aos 75 anos.

Confira a programação da Mostra Ocupação

23/4 (terça-feira), às 20h: Mãe, de Adriana Vasconcelos

24/4 (quarta-feira), às 20h: Hollywood no Cerrado, de Tânia Montoro

25/4 (quinta-feira), às 20h: Vidas vazias e as horas mortas, de Pedro Lacerda

26/4 (sexta-feira), às 20h: Fuga em destino, de Afonso Brazza

27/4 (sábado), às 20h: Servidão, de Renato Barbieri

28/4 (domingo), às 20h: Noctiluzes, de Jimi Figueiredo

29/4 (segunda-feira), às 20h: Carneiro de Ouro, de Dácia Ibiapina, e Maria Luiza, de Marcelo Diaz

30/4 (terça-feira), às 20h: Mário Fontenelle – A oração silenciosa, de Pedro Jorge, e Pra ficar de boa, de Núbia Santana

1º/5 (quarta-feira), às 20h: Servidão, de Renato Barbieri

2/5 (quinta-feira), às 20h: Vidas vazias e as horas mortas, de Pedro Lacerda

3/5 (sexta-feira), às 20h: Mário Fontenelle – A oração silenciosa, de Pedro Jorge, e Pra ficar de boa, de Núbia Santana

4/5 (sábado), às 20h: Cora Coralina – Todas as vidas, de Renato Barbieri

5/5 (domingo), às 20h: Fuga em destino, de Afonso Brazza

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Edição: Márcia Silva