Distrito Federal

Negociação

Greve de servidores técnico-administrativos da UnB completa 1 mês

Categoria reivindica reajuste salarial e plano de carreira; greve foi deflagrada no dia 11 de março

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Servidores tem realizado atos semanais em frente ao Ministério da Educação - Foto: Júlio Camargo

Servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) estão há um mês em greve, iniciada em 11 de março. A paralisação acompanha o movimento nacional por reestruturação da carreira de servidores federais e conta com o apoio de professores da instituição, que também deflagraram greve no último dia 8 em Assembleia e iniciam o movimento no dia 15 de abril.

A categoria reivindica a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) e a recomposição orçamentária das instituições no mínimo ao patamar de 2015, o que inclui um aumento real de salário, proporcional ao avanço inflacionário ocorrido desde então.

O que foi oferecido não é suficiente para atender às necessidades dos técnico-administrativos, que amargam quase 10 anos de arrocho com o pior piso e os piores benefícios do serviço público federal”, destaca o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima.

De acordo com informações do Sintfub, atualmente servidores técnico-administrativos em início de carreira recebem um piso salarial, que equivale a um salário mínimo. Por este motivo, aponta o sindicato, o reajuste com recomposição salarial e a reestruturação do Plano de Carreira é fundamental para a subsistência da categoria. "Sem isso as universidades brasileiras estão perdendo o seu corpo. Para várias áreas simplesmente não há mais concurso público, e quando há contratação os novos servidores não se fixam e saem a procura de uma carreira mais atrativa. E o serviço público está cheio delas, do ponto de vista da remuneração”, diz trecho de um comunicado do Sintfub.

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Lima avalia que o histórico de adequação da categoria de técnicos das universidades públicas está parado os governos Temer e Bolsonaro. "Conseguimos um reajuste no ano passado com Lula, mas não foi compatível com a inflação ao longo dos anos. Tudo o que estamos reivindicando: melhores condições de trabalho, carga horária digna, reestruturação da carreira, recomposição salarial torna o profissional de técnico de atendimento em educação mais qualificado para garantir sua demanda”, afirmou.

Negociações

As negociações da carreira dos técnico-administrativos estão sendo feitas entre a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e o governo federal, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Além das categorias da área de educação, servidores de diversas entidades federais estão em fase de mobilização para reestruturar carreiras típicas de estado.

Ainda na quarta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad em reunião com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, deu resposta negativa com relação a possibilidade de conceder reajuste salarial a servidores públicos devido aos limites orçamentários da União em 2024.

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Apesar da recusa do governo na mesa de negociação, o Sintfub informa que a mobilização da categoria segue ativa em nível nacional e que a “mudança de governo deve ser concretizada na prática com a mudança dos rumos da economia, com a valorização de trabalhadores e investimento no que é público, na Educação, na Saúde”.

Professores da UnB

Além dos técnico-administrativos, a categoria docente da UnB também deflagrou greve que inicia no dia 15 de abril. A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 8 de abril.

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Edição: Márcia Silva