Distrito Federal

Muntu

Livro fortalece preservação das identidades culturais da população negra e indígena do Centro-Oeste

No total, 60 pessoas negras e indígenas participaram de Coletânea lançada no início de dezembro

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Lançamento da Coletânea Muntu - Preta Ilua

No mês em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, foi realizada no Céu das Artes, localizado na região administrativa do Recanto das Emas, o lançamento da segunda edição da Coletânea Muntu.

A programação do evento contou com feira literária, roda de conversa, sarau, shows e palco aberto. Se apresentaram os artistas DJ Lunnary, Filipe Costa e Duo de Cordas. Teve ainda a participação especial dos escritores Fer Pimenta e Jorge Amâncio.

O projeto artístico-literário é realizado pela Edições Kisimbi com recurso do Fundo de Apoio à Cultura – FAC e nesta segunda edição abriu espaço para a publicação de pessoas negras, indígenas e PCDs da região Centro-Oeste, pouco reconhecida quanto à contribuição literária no país e sua diversidade. 


Coletânea Muntu / Preta Ilua

Iara Rodrigues, idealizadora do projeto diz que ao pensar na Coletânea Muntu, teve a ideia de criar algo que contribuisse para a preservação das identidades culturais dos povos indígenas e negros residentes no Brasil. 

“Sempre foi objetivo apresentar vozes antes não escutadas e trazer à tona as manifestações e lutas desses dois povos historicamente silenciados e marginalizados”, conta.

Uma curiosidade do projeto é que conta com a participação de 60 profissionais negros e indígenas desde a construção da identidade visual, à revisão dos textos e projeto gráfico. Segundo Iara, um valor fundamental é a valorização de profissionais negros e indígenas e tornar o acesso ao livro e a leitura um direito. 

“A coletânea é exclusiva para pessoas acima de 18 anos, autodeclaradas negras e indígenas que já escrevem ou estão iniciando na escrita. É pouco notável a presença negra e indígena no mercado editorial, por isso a ideia de produzir uma coletânea exclusivamente para esses autores e público”.

Lory de Oyá, uma das autoras, acredita que ter seu trabalho publicado no livro significa uma retomada cultural ancestral. “Representa a luta dos povos originários colhendo frutos e honrando aqueles que deram a vida para que hoje estivéssemos aqui nesse lugar”, diz.

O também autor, Jonathas Sant’Ana, considera que oportunizar a publicação de pessoas negras e indígenas é abrir as portas para as potências antes não reveladas. “O evento de lançamento e também o livro, contribuem com nossa autoestima, fortalecimento e possibilidades de crescimento da carreira artística”, completa. 

Distribuição

O livro terá distribuição gratuita entre os autores, bibliotecas públicas do DF, equipe do projeto, convidados, editora e o Fundo de Apoio à Cultura. 

A obra teve tiragem de mil exemplares e com o objetivo de inclusão imprimiu 10 exemplares em braile.

Para conhecer mais sobre a publicação, acessa a página do projeto.

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Edição: Flávia Quirino