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arte e cultura

Agenda Cultural: Festa das Yabás, Canteiro do Samba, Tawá Tingá, Festival Haynna e os Verdes, Criptobaile; confira destaques

Fim de semana no DF com muita diversidade e atrações gratuitas

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Festa das Yabás na Praça dos Orixás - Tatiana Reis

A Festa das Yabás, tradicional festejo promovido pelo Instituto Rosa dos Ventos, oferece honrarias ao feminino das culturas tradicionais de terreiro na Praça dos Orixás. No domingo (3), das 16h às 22h, acontecem apresentações culturais, feiras gastronômica e de artesanato, roda sagrada, diálogos sobre a praça e lançamento da Escola Itinerante de Saberes Tradicionais. O evento é gratuito.

Grandes nomes da música brasiliense e do cenário nacional, como Teresa Lopes (DF), Dessa Ferreira (DF), Fabiana Cozza (SP), além do grupo Filhos de Dona Maria (DF), do Bloco Afro Rum Black (GO) e de um potente Encontro de Batuqueiras, fazem parte da programação.

"Se o evento se chamasse apenas Yabás, já seria motivo de muita celebração, porque estamos falando de Yá, de Mãe, de Senhoras, de pessoas que carregam um conhecimento ancestral, de pessoas geradoras, multiplicadoras. Mas, ao tratar-se de uma Festa das Yabás, aí a minha alegria duplica, porque sabemos que vamos celebrar nossos saberes, nosso canto, presentificando nossa ancestralidade. Estou muito feliz em estar nessa festa junto com meus amigos, Filhos de Dona Maria. Vai ser uma comemoração linda", afirma a cantora convidada Fabiana Cozza.

Segundo a organização, o festejo homenageia e traz as histórias das entidades — Iansã, a deusa dos raios, das chuvas e das tempestades; Oxum, a dona das águas doces; Nanã, senhora das águas paradas e do barro; Ewá, guerreira e valente caçadora das matas; Obá, representante das águas revoltas dos rios e Iemanjá, rainha dos mares.

O evento faz parte do calendário anual de ocupação da Praça dos Orixás. Há razões relativas à simbologia ancestral, mas também de cunho político-social para que a festa aconteça naquele local. Trata-se de um dos mais importantes espaços de história, cultura e turismo do Distrito Federal. Sua existência está permeada por vivências constantes da comunidade do Axé e das culturas tradicionais de matrizes africanas do Distrito Federal.

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“Temos um território muito importante e simbólico para a cultura de matriz africana, presente no DF. A Praça dos Orixás recebe celebrações durante todo o ano, a exemplo da tradicional Festa das Águas, em homenagem a Iemanjá e Oxum, que acontece em 2 de fevereiro, além de festivais como o São Batuque e Territórios Sonoros que assim como a Festa das Yabás, ocupa esse espaço com cuidado, honrarias e preservação, promovendo uma festa digna da grandeza do feminino e de todas suas representações”, aponta Stéffanie Oliveira, presidente da Rosa dos Ventos e Coordenadora da Festa das Águas.

De acordo com a presidente da Rosa, “a Praça representa um ponto de encontro comunitário que carece de cuidados infraestruturais e proteção contra depredações e desgaste por efeitos do tempo. Precisamos mantê-la viva, convidando a população a usufruir e preservá-la, a partir de encontros, atividades, festejos, celebrações sagradas, enfim, reuniões sociais que engrandeçam o apreço comunitário por esse espaço tão caro à história do nosso Quadradinho”.

Confira a programação completa:

  • 16h – Homenagem às Yás do Distrito Federal.
  • 16h30 – Diálogos -  Reforma da Praça dos Orixás.
  • 17h – Lançamento da Escola Itinerante de Saberes Tradicionais.
  • 18h – Roda de Axé -  Coletivo das Yás (DF).
  • 19h – Bloco Afro Rum Black (GO) + Teresa Lopes (DF).
  • 20h – Encontro de Batuqueires com as regentes – Raissa Romano do Baque Mulher (DF), Fernanda Vitória do Maracatu do Boiadeiro Boi Brilhante (DF), Maracatu Lirys Catharina do Zenga Baque Angola (DF).
  • 21h – Dessa Ferreira (DF) convida Alessandra Leão (PE).
  • 22h – Filhos de Dona Maria (DF) convida Fabiana Cozza (SP).

Serviço: Festa das Yabás 2023.

03 de dezembro - domingo

Local: Praça dos Orixás – Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Brasília-DF.

Entrada gratuita.

Canteiro do Samba: tradicional evento brasiliense acontece em dezembro na Praça dos Orixás

Já no sábado (2) a partir das 20h, a Praça dos Orixás será palco do Canteiro do Samba. Nesta edição, o tradicional evento, conhecido pelo público candango por democratizar a cultura musical no centro da capital, acontece à beira lago, em um dos cartões-postais da cidade.

Serão mais de 7 horas de evento com nomes e grupos que são referências no cenário cultural e musical candango, além de feira de artesanato e praça de alimentação.

Os ingressos, que são gratuitos, mas limitados, podem ser retirados na plataforma Sympla.

Entre as apresentações confirmadas para o encontro estão DJ Leo Cabral (DF), Samba Pinçado (DF), DJ La Reina (DF), Sambadelas (DF), 7naRoda (DF), Kris Maciel (DF) e Toninho Geraes (MG).


Canteiro do Samba / Divulgação

Esta edição do Canteiro do Samba é realizada pelo instituto Rosa dos Ventos de Arte, Cultura e Cidadania, no marco do Circuito Candango de Culturas Populares, e conta apoio do Sindicato dos Bancários, e com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e do Governo do Distrito Federal.

Festejar um dos ícones de nossa afro-brasilidade no principal território afro-candango público, na data em que se comemora o ritmo, não apenas promove um lindo festejo como representa uma série de homenagens e celebrações de patrimônios. A Praça dos Orixás e o Samba de Roda são tombados e reconhecidos nacionalmente como preciosos legados da cultura trazida de África. 

“O Canteiro do Samba vem conquistando um lugar importante na memória cultural e no coração dos brasilienses. Esta será a 24ª edição de um encontro que já faz parte do calendário de alegrias do Distrito Federal. A união do projeto com o Dia Nacional do Samba e com a Praça promete um verdadeiro carnaval fora de época", comenta Erico Grassi.

Para Breno Alves, integrante do grupo 7 na Roda, o espaço escolhido para o próximo Canteiro, em uma data tão importante, não poderia ser mais simbólico. 

“A expectativa para o Canteiro é grande. O Samba é um Orixá que rege nossos caminhos. Por meio dele, construímos nosso legado, nossas famílias. Temos a honra de sobreviver pela música, cantando os nossos temas e os de nossos ancestrais. Esperamos que o público de Brasília, que gosta de samba, participe desse momento tão especial”, ressalta o músico.

Esta edição do Canteiro do Samba conta com uma novidade: o Baú do Samba. No dia do evento a organização oferece transporte gratuito da Rodoviária do Plano Piloto para a Praça dos Orixás, e vice-versa. São partidas no início e no fim do festejo, garantindo o Corujão!

E não é só isso, as viagens de ida não serão meras viagens, o Baú do Samba será animado por Fulano do Cavaco, Cicrano do Pandeiro e Beltrano do Tatan, tocando sucessos para o público já chegar no clima!

Serviço: Canteiro do Samba na Praça dos Orixás no Dia Nacional do Samba

02 de dezembro (sábado)

20h às 03h30.

Local: Praça dos Orixás – Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Brasília-DF.

Ingressos gratuitos no site

Horários Baú do Samba:

  • Partidas da Rodoviária: 19h30 | 20h30 | 21h30.
  • Partidas da Praça: 02h30 | 03h30 | 4h30.

Programação completa:

  • 20h – DJ Leo Cabral;
  • 21h – Samba Pinçado;
  • 22h – DJ La Reina;
  • 23h – Sambadelas;
  • 0h30 – DJ La Reina;
  • 1h – 7 na Roda + Kris Maciel;
  • 2h – DJ Leo Cabral;
  • 2h30 – 7 na Roda + Toninho Geraes;
  • 3h30 – DJ Leo Cabral.

20h às 3h30 – Feira Gastronômica e Feira de Artesanato

Espetáculo protagonizado por mulheres reconta a história de Taguatinga

A coletiva Casa Moringa estreia nos dias 02 e 03 de dezembro a brincadeira-espetáculo Tawá Tingá: o rio, a cidade e a onça. Através de um processo de criação colaborativo entre mulheres brincantes, o espetáculo reconta a história do povoamento de Taguatinga e da construção de Brasília, a “capital da esperança”. As duas sessões de estreia serão realizadas na Ocupação Cultural Mercado Sul Vive, em Taguatinga, com interpretação em Libras e audiodescrição. A entrada é franca e a classificação é livre. 

Em cena, dezoito mulheres brincantes e suas encantarias realizam um feitio de amarração de fios da história que foram cortados na formação do Distrito Federal. Elas (re)ocupam o território ancestral de “Tawá Tingá” (barro branco, na língua tupi), com um mutirão de reflorestamento do imaginário e de limpeza das águas profundas do rio da memória. Na travessia, vida e morte se encontram para celebrar o nascimento de um povo e de uma brincadeira, sob a proteção da guardiã da floresta: Onça Yayá.


Tawá Tingá: o rio, a cidade e a onça / Kelton Gomes

“Recontar a história do nosso território é dar luz às memórias de mulheres trabalhadoras que foram invisibilizadas no projeto moderno de uma cidade construída para pessoas já privilegiadas. Queremos agora protagonizar os sonhos de nossas ancestrais, mulheres migrantes afro-índigenas, ciganas, ribeirinhas, camponesas… gente que dá sustentação pra cidade acontecer. Na brincadeira, reinventamos nossas heroínas, e com alegria e liberdade abrimos espaço para outras narrativas sobre a cultura brasileira”, explica Luciana Meireles.

A semente para a criação da mais nova brincadeira-espetáculo da Casa Moringa são as mestras e mestres que movimentam as culturas populares no DF, resistindo frente à cultura de massa com seus mamulengos, capoeira, teatro de terreiro, bumba meu boi e palhaçaria tradicional. Com essa referência, o processo de montagem criou diálogos entre diferentes linguagens e tradições, integrando à preparação da equipe cênica oficinas de percussão, danças populares e poesia, facilitadas por artistas parceiras. 

Serviço

Tawá Tingá: o rio, a cidade e a onça - sessões de estreia

02 de dezembro (sábado) às 20h

03 de dezembro (domingo) às 17h

Local: Mercado Sul de Taguatinga - QSB 12/13, Taguatinga Sul

Entrada gratuita

Acessibilidade Libras e Audiodescrição

Festival Haynna e os Verdes apresenta 5ª edição em quilombo urbano na Ceilândia

O Festival Haynna e os Verdes está de volta e chega a sua quinta edição nos dias 2 e 3 de dezembro, sempre às 16h, e se realizará no quilombo urbano Casa Akotirene, localizado em Ceilândia Norte (QNN 23 conjunto J casa 35, próximo a escola CF10 e a estação Ceilândia Norte). A escolha do espaço não foi mera coincidência e vai de encontro aos valores que o festival promove em suas edições: diversidade e a celebração do povo periférico.

A Casa Akotirene tem como premissa ser um local de resistência preta, feminina e LGBTQIA+. Há 5 anos Casa se tornou um  espaço para concretizar ações e dialogar com a comunidade negra local, para construir suas próprias narrativas e desenvolver uma identidade afro-brasileira. O quilombo hoje é um espaço de troca de saberes e acolhimento para as pessoas que se encontram desassistidas pelo governo.


A baiana Prethaís é destaque na programação do festival Haynna e os Verdes / Divulgação

No dia 3 de dezembro, a programação ficará por conta de DJ Lunary, Dark Style, Talíz, Marlene Souza Lima e Flor Furacão, já a apresentação é de Lu Ferreira. Marlene Souza Lima é guitarrista, violonista, compositora e arranjadora e vai trazer a improvisação do jazz para o Festival Haynna e os Verdes. Recentemente esteve no palco do Festival Jazz Instrumental promovido pelo SESC SP. Neste show estará acompanhada dos músicos Anco Marcos no baixo e Sidney Campos na bateria e traz no repertório músicas autorais com pitadas de jazz em ritmos brasileiros e releituras de temas consagrados da música instrumental. Quem fecha a programação do festival é Flor Furacão, cantora, compositora, pianista, arte educadora, atriz e produtora musical, que canta forró jazz.

O espetáculo e estilo criados por Flor Furacão com bastante predominância de ritmos brasileiros nordestinos, traz choro, samba, forró,  música de Tradição Oral e de Terreiro, Jazz, Bossa Nova e MPB.

Nos dois dias, a banda que dá nome ao evento, a Haynna e Os Verdes também estará no palco mostrando seus rock e blues. Formada em 2013, atualmente, a Haynna e Os Verdes é integrada, por Haynna (vocais), Ricelly Lopez (guitarra), Rian Sodré (baixo), Jhonata Morais (bateria) e Daniela da Silva (teclado) e no palco apresenta canções do álbum homônimo lançado em 2018, além de novas canções e versões.

A quinta edição do Festival Haynna e os Verdes foi contemplado pelo Fundo de Apoio a Cultura (FAC) do Governo do Distrito Federal.

Serviço:

5ª Edição Festival Haynna e os Verdes

02 e 03 de dezembro - sábado e domingo

Local: Casa Akotirene

Endereço: QNN 23 conjunto J casa 35, Ceilândia Norte, próximo a escola CF10 e a estação Ceilândia Norte

Horário: a partir das 16h

Classificação indicativa: Livre

Gratuito e Aberto para todos os públicos

Literato Marginal 

Neste sábado (2), acontece a segunda noite de gravação do DVD Literato Marginal, do cantor Markão Aborígine. O show será no auditório do IFB do Recanto das Emas, à partir das 16h

:: Aborígine grava DVD que celebra 22 anos de carreira neste sábado (2) ::

Criptobaile 

A Mostra de Arte da Criptobaile vai selecionar até dez obras, em linguagens artísticas diversas, que explorem, direta ou indiretamente, a interseção entre arte contemporânea, tecnologia e internet.

A Criptobaile é um evento-festa que acontece na Ceilândia-DF, entre os dias 1º e 3 de dezembro, e que existe para popularizar o conhecimento e uso das tecnologias de segurança da informação, privacidade e criptografia, além de atividades sobre autocuidado e fortalecimento de comunidades.

Serão escolhidas duas obras para ganhar um prêmio de R$ 1 mil, cada.

Nessa edição o afrofuturismo dá a letra e o reggae, ragga e a cultura soundsystem dão o tom.

"Aqui a missão é desmistificar a tecnologia e evidenciar a importância de debatermos segurança digital nas quebradas, dialogando de forma popular e acessível!", convida a organização.

Confira a programação completa.

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Edição: Flávia Quirino