Distrito Federal

Falta ônibus

Moradores de Água Quente e Arapoanga enfrentam problemas com transporte público

Criadas em 2022, as novas regiões administrativas ainda carecem de serviços públicos para atender população

Brasil de Fato | Brasília (DF)  |
Água Quente ganhou duas novas linhas de ônibus e Arapoanga três este ano - Agência Brasília/Divulgação

O artista cênico Deyvid Cardoso mora na recém criada região administrativa de Água Quente e reclama da falta de infraestrutura, principalmente do transporte público.

A região conta apenas com uma linha de ônibus até a Rodoviária do Plano Piloto, que funciona no horário comercial de dias úteis. O artista relata que fora desse horário precisa pagar mais de R$20 para ir e voltar ao centro da capital. 

“Não mudou muita coisa pra gente [que mora em Água Quente] a criação da região administrativa. Por exemplo, essa linha que fizeram até o Plano não atende as pessoas que saem mais tarde do trabalho, que estudam a noite ou que precisam se locomover nos finais de semana”, avaliou Deyvid. As opções para Deyvid fora comercial é pegar um ônibus até o terminal Samambaia Sul e de lá pegar outros ou utilizar o transporte de Santo Antônio do Descoberto (GO), que é mais caro.

“A gente esperava que as coisas melhorassem mais”, afirmou Deyvid Cardoso, que assim como diversas famílias já moravam em Água Quente antes da criação da região administrativa, em dezembro de 2022. Junto com Água Quente também foi criada a região administrativa de Arapoanga, com uma população um pouco maior, cerca de 48 mil habitantes. Já Água Quente teria cerca de 30 mil, segundo dados do governo do DF na criação das regiões. 

Arapoanga já contava com linhas de ônibus com conexão direta a rodoviária do Plano Piloto antes da criação da região, no entanto, foram oferecidas conexões, como conta a estudante Luciana Barros. “Criaram uma linha que liga Arapoanga a W3 Sul e Norte, que não mudou muito pra mim que vou pra UnB, mas acredito que foi importante para quem trabalha nessa regiäo”, avaliou Luciana. 

Entretanto, a estudante também demonstrou frustração em relação ao que esperava com a criação da região administrativa de Arapoanga: “Eu esperava que pudéssemos ter mais serviços de atendimento ao público, como acontece em outras cidades satélites, mas não mudou nada. Espero que ainda construam serviços públicos”.

Governo do DF

A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou por nota que a região de Água Quente é atendida por sete linhas de ônibus, das quais duas iniciaram o funcionamento este ano:  825.1 (Água Quente/ Rodoviária do Plano Piloto) e 825.2 (Água Quente/ W3 Sul - Norte). Sobre o fato dessas linhas só funcionam em horário comercial, a pasta disse que “os passageiros da região podem realizar o deslocamento para outras localidades do DF por meio da integração. 

De acordo com a Semob é possível que os moradores de Água Quente utilizem a linha 0.340 até o terminal de Samambaia e, de lá, acessar outro ônibus até o destino final. “O sistema integrado permite fazer até 3 acessos, pagando uma tarifa de R$5,50”, destacou a pasta. No entanto, a integração só funciona para quem esta com cartão mobilidade carregado e de acordo com moradores não é possível fazer a recarga em Água Quente.

Já em relação a Arapoanga a Secretaria de Transporte e Mobilidade informou que foi feita uma ampliação o serviço aos passageiros: “a Semob esclarece que, neste ano, criou a linha circular 067.1 (Planaltina/Vale do Amanhecer) e reforçou as viagens da 0.643 (Arapoangas (DF-128)/W3Norte-Sul (Terminal Asa Sul) e da 066.6 (Terminal de Planaltina/Arapoanga/Buritis (Setor Leste-Qd.5)”

A Secretaria de Governo do DF informou, em nota, que a Administração Regional de Arapoanga realizou ações de limpeza, manutenção e revitalização das pistas e estradas. A nota disse ainda que a região será beneficiada por obras de substituição das tubulações de distribuição de água e que isso vai aumentar a disponibilidade hídrica à população. O governo do DF diz ainda que Água Quente vai receber investimentos de mais de R$ 60 milhões para equipamentos públicos de saúde, educação, segurança pública, lazer e assistência social.

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Edição: Flávia Quirino