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Estudantes e professores vão as ruas em Brasília pela revogação do novo Ensino Médio

Protesto organizado pela UBES teve iniciou em frente ao Museu da República

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Estudantes protestam rumo ao Congresso Nacional contra a a Lei 13.415 - Brasil de Fato DF

A revogação do novo Ensino Médio é o foco principal do ato desta quarta-feira (15) que iniciou em frente ao Museu da República e seguiu em marcha até o Congresso Nacional. A ação fez parte de uma série de mobilizações que ocorreram pelo país contra a Lei 13.415, promulgada 2017, que instituiu as novas diretrizes de ensino sem um amplo debate com estudantes e professores.

A mobilização organizada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) contou com apoio de outras organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE). De acordo com a diretora de Mulheres da Ubes, Beatriz Cavalcante os estudantes estão mobilizados pela derrubada do novo Ensino Médio por causa dos prejuízos que a nova legislação trouxe sobretudo para os alunos das escolas públicas, dentre esses o aumento da a evasão escolar.

“É um impacto gigantesco com esse modelo em que os estudantes são obrigados a escolher apenas uma área de conhecimento para estudar no Ensino Médio, enquanto os vestibulares ainda cobram 100% de todas as áreas antes da reforma”, destacou Beatriz. Segundo ela o novo modelo vem escancarando “disparidade entre a escolas públicas e particulares que seguem tendo acesso a todas as matérias” além exigir de professores competências para as quais eles não tiveram formação.

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Muitos estudantes universitários também estão preocupados com os impactos das novas diretrizes do Ensino Médio para o Ensino Superior.

A presidenta da UNE, Bruna Brelaz, aponta que muitos estudantes de escola pública estão chegando na universidade com sua formação prejudicada. “O novo Ensino Médio também impacta os futuros professores de licenciatura que hoje têm suas carreiras totalmente defasadas e sem rumo por conta desse modelo de Ensino Médio”, defendeu Bruna.

Ela argumenta que as diretrizes escolares aprovadas em 2017 não estão conectadas com o século XXI e que é preciso revogar essa lei e fazer uma rediscussão do ensino médio em consonância que a realidade atual. “A expectativa que a gente tem é que esse novo governo [federal] possa ouvir as demandas dos estudantes que tem sentido na pele o que esse novo Ensino Médio representa na sala de aula”, disse Bruna destacando que a UNE está mobilizada em todo Brasil pela revogação imediata dessa lei.

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Muitos professores e representantes sindicais também estiveram presentes no ato em Brasília, como a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Luciana Custodio. “Hoje é um dia simbólico para a gente que questiona esse novo Ensino Médio desde quando era medida provisória”, disse Luciana destacando que essa diretriz foi empurrada para a comunidade escolar sem nenhum diálogo.

A representante do Sinpro-DF ainda chama atenção para o aspecto privatista do novo Ensino Médio. “A educação pública iniciou seu processo de privatização com a implantação compulsória desse novo ensino médio. É inadmissível ter um processo de privatização da educação publica no ensino médio, cerceando os estudantes de terem acesso a todas as áreas de aprendizagem”, explicou Luciana advertindo que os alunos não podem se responsabilizados pelo seu fracasso escolar como o atual prevê o atual modelo.

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Edição: Flávia Quirino