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O que se sabe sobre a vacina bivalente contra a covid-19

Imunizante começa a ser aplicado nesta segunda e só quem completou esquema primário pode tomar; Monovalente segue útil.

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Imunizante bivalente é a melhor resposta para combater as variantes de covid-19 que circulam no país e no mundo - Ulises Ruiz / AFP

Começa a ser aplicada nesta segunda-feira (27) em todo o país a vacina bivalente contra a covid-19. O Ministério da Saúde dividiu a campanha em fases, com grupos de risco sendo os primeiros a receberem. Veja o que é e quem pode receber o imunizante.

O que é a bivalente

Segundo o Ministério da Saúde, o imunizante melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a variante ômicron prevalente em todo o mundo e suas subvariantes (BA.1, BA.4 e BA.5), tendo perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes.

A variante ômicron é mais transmissível, porém mais branda, com o vírus se concentrando na garganta e não atingindo os pulmões.

No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.

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Grupos de risco são primeiros a receber

Inicialmente, a vacina será aplicada nos grupos de risco, sendo aberta posteriormente para os demais grupos. Conforme divisão anunciada pelo ministério, a imunização será feita na fase 1 em pessoas acima de 70 anos de idade, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas com idade entre 60 anos e 69 anos de idade; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4, profissionais de saúde.

Aplicação só após a monovalente

Para tomar a vacina bivalente, é necessário ter tomado pelo menos duas doses do esquema primário, com a vacina monovalente, aplicada em todo o país desde 2021. Além disso, a última dose deve ter sido aplicada há, no mínimo, quatro meses.

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Para quem já tomou reforço

De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, o imunizante bivalente é a melhor resposta para combater as variantes de covid-19 que circulam no país e no mundo. Ele ressalta, entretanto, que para tomá-la é necessário já ter as duas primeiras doses da vacina monovalente.

"Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para pessoas que foram plenamente vacinadas com o esquema primário que, em geral, são duas doses ou dose única. Mesmo para aquelas que já fizeram a terceira e a quarta doses, dois reforços", disse Juarez Cunha, em entrevista à Rádio Nacional, divulgada pela Agência Brasil. "Essas pessoas que têm essa vacinação já feita, desde que tenham se passado quatro meses da última dose, podem receber a bivalente."

Monovalentes seguem eficazes e à disposição

O Ministério da Saúde reforça que as vacinas monovalentes contra a covid-19 continuam disponíveis em unidades básicas de saúde (UBS) para a população em geral e são classificadas como "altamente eficazes contra a doença", garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.

"A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante ômicron, mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente para a variante circulante, a tendência é termos uma melhor resposta", explicou Juarez Cunha.

"A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vírus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vírus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente do laboratório fabricante”, ressaltou o especialista.

O Ministério da Saúde também quer intensificar a campanha com a vacina monovalente não só entre grupos prioritários mas também entre os maiores de 12 anos, visando aumentar a cobertura vacinal.

Covid-19 continua emergência sanitária global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou em 30 de janeiro passado que a covid-19 continua sendo uma emergência sanitária de alcança internacional, porque segue sendo uma "doença infecciosa perigosa" que pode causar danos consideráveis à saúde humana e ao sistema de saúde dos países.