Distrito Federal

Violência

Vandalismo de bolsonaristas em Brasília prejudica trânsito e transporte público

Extremistas atearam fogo em carros, ônibus e depredaram ruas do centro da cidade

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Pelo menos cinco ônibus do transporte público foram incendiados por vândalos bolsonaristas no centro de Brasília, na noite desta segunda-feira (12) - Reprodução/CNN

O ataque de manifestantes bolsonaristas extremistas, que na noite de ontem (12) transformaram o centro de Brasília em uma praça de guerra, ainda causa transtorno à população na manhã desta terça-feira (13). O trânsito na região central da cidade apresenta vários pontos de lentidão, sobretudo nas imediações do Eixo Monumental e da Avenida W3. A Rodoviária do Plano Piloto, principal terminal de transporte público da cidade, opera normalmente, mas houve atraso na saída dos ônibus das garagens no início da manhã. As carcaças dos ônibus incendiados também estavam sendo removidas. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) não informou se alguém foi preso, nem fez um balanço da extensão dos danos. 

Os atos violentos, registrados em vídeos que viralizaram nas redes sociais, mostram os criminosos ateando fogo em diversos ônibus e carros particulares. Por causa disso, no final da noite e início da madrugada, o transporte público chegou a ser suspenso. Trabalhadores que voltavam do serviço e estudantes universitários ficaram sem condições de retornar para casa. 

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O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (CDE-UnB) chegou a abrir sua sede, no campus Darcy Ribeiro, para abrigar alunos que não puderam voltar pra casa. Uma campanha por carona solidária também foi realizada de última hora para garantir o direito de voltar pra casa dos alunos do turno noturno. 

Os extremistas também depredaram a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), de acordo com imagens e vídeos que circularam nas redes sociais. As ações de violência começaram na sede da Polícia Federal, no centro da capital, em protesto contra a prisão do cacique Tsererê Xavante, um dos líderes dos protestos golpistas no Distrito Federal, e que havia tido a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), justamente por promover ações antidemocráticas. Depois disso, se espalhou por outros pontos. Os vândalos são os mesmos que estão acampados há meses no Quartel-General do Exército, em Brasília, de onde pedem intervenção militar. 


Os atos terroristas incluíram bloqueio de trânsito e depedração de patrimônio público; clientes de shoppins e lojas ficaram cercados durante algumas horas / Reprodução/Youtube

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), que será ministro da Justiça do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que os responsáveis por atos antidemocráticos Brasília serão devidamente responsabilizados no rigor da lei. Ele também garantiu que a segurança de Lula, que está hospedado em um hotel no centro da cidade, não foi ameaçada. A segurança no local foi reforçada. 

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Em nota, o Conselho Federal e a Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) repudiou os atos de vandalismo, de depredação de carros e de ônibus, além da tentativa de invasão de prédio público da Polícia Federal, de shopping center e a ameaça à segurança dos cidadãos na zona central da capital da República.

"É preciso prender os responsáveis e agir firmemente para a efetiva punição de todos na forma da lei. Tais atos atentam contra a democracia e representam inaceitável escalada de violência. Nada, absolutamente nada, justifica o cenário de guerra que se está a ver", diz a nota, assinada pelo advogado José Alberto Simonetti, presidente nacional da OAB.

"Absurdos os atos de vandalismo registrados nesta noite, em Brasília, feitos por uma minoria raivosa. A depredação de bens públicos e privados, assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou. As forças públicas de segurança devem agir para reprimir a violência injustificada com intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país adiante", escreveu o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em postagem nas redes sociais.

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Edição: Flávia Quirino