Paraná

Eleições 2022

Pré-candidatos criticam gestão Ratinho Jr e defendem orçamento maior para educação

Professor Lemos, do PT, e a Professora Julia, do Psol, que concorrem a uma vaga na ALEP, participaram do BdF Eleições

Curitiba (PR) |
BdF eleições é transmitido toda terça, às 11h30, nas redes do Brasil de Fato Paraná - Reprodução internet

O BdF Eleições entrevistou o pré-candidato a deputado estadual Professor Lemos (PT) e a pré-candidata a deputada estadual Professora Júlia (PSOL). Ambos defenderam a educação como prioridade em suas propostas e bandeiras de luta. Oriundos da educação pública, como professores, fizeram críticas à gestão da educação do governo Ratinho Júnior (PSD).

Júlia é, atualmente, professora temporária da rede estadual, foi líder do movimento estudantil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e também trabalhou como professora voluntária do curso preparatório para o Enceja na Ocupação Nova Esperança. Ela define sua candidatura como sendo voltada, além da defesa da educação pública, pela luta contra as opressões.

“Sendo uma mulher LGBT jovem, eu sempre em levo em conta as lutas anti opressões, não só para as mulheres LGBTs, mas também as lutas antirracistas, anti capacitistas, sempre lembrando da onde venho, da classe trabalhadora. No final, temos é que combater o capitalismo”, diz.

Na educação, Júlia diz que, apesar de ter pouco tempo na rede estadual, vem do Movimento Estudantil e, desde lá, defende educação de qualidade para os estudantes. “A gente sabe que o principal problema no Paraná são Ratinho Jr e Renato Feder [secretário estadual da Educação]. Precisamos ter pessoas para pautar educação pública sempre, não importa quem seja o governador ou governadora”, defende.

O Professor Lemos, que está em seu terceiro mandato como deputado estadual, tem sua militância oriunda do sindicalismo e também da Pastoral da Juventude Agrária. Antes de ser deputado, era professor da rede estadual e militante junto a APP-Sindicato, que representa a categoria dos profissionais da educação. Lemos explica que seu mandato ampliou sua atuação a partir de uma construção coletiva.

“Nós já atuamos cumprindo o terceiro mandato a partir de dez coletivos que organizam nossas ações. São vários temas de cada um destes coletivos: saúde, reforma agrária, igualdade de gênero, entre outros, além da educação. Já aprovamos 80 leis na Assembleia Legislativa que tratam dos mais variados temas, mais de 300 projetos de lei e ainda alguns tramitando”, conta.  

Combater o projeto privatista de Ratinho Jr.

Lemos e Júlia afirmaram que, como parlamentares, o compromisso é também combater o projeto de desvalorização e privatização da educação pública no Paraná sob liderança do governo Ratinho Jr. e do Secretário da Educação, Renato Feder.

Lemos diz que a gestão de Ratinho Jr. é pela construção do liberalismo. “Isso pressupõe redução do estado, transferência dos serviços essenciais para iniciativa privada. Vendeu a Copel, um patrimônio público, pretende privatizar pedágio. Na educação, foi ainda pior. Uma das ações que combatemos dentro da Assembleia foi o projeto de terceirização dos funcionários de escola. Hoje temos 14 empresas que recebem dinheiro público para contratar menos e por salários mais baixos esses funcionários”, cita.

Ele contratou também a Unicesumar, uma empresa privada que está ofertando três aulas por semana nos colégios técnicos profissionalizantes, presente em 445 colégios. Nós denunciamos junto com a APP e estamos na justiça para suspender esses projetos que servem apenas para encher o bolso dos empresários amigos de Ratinho Jr.”, conclui o pré-candidato a deputado estadual.

Júlia critica a lógica dos atuais governos estadual e federal de olhar para educação como gasto. “No Paraná, temos forte essa ideologia neoliberal de que as escolas que atingirem determinados índices ganharão mais que outras. Ou seja, precisa merecer o orçamento. E no Brasil, fomos tomados pela lógica de ver a educação como gasto e não investimento. Tanto o PSOL quanto a minha candidatura defendem que educação é um direito básico e deve estar no orçamento do Estado. Existe dinheiro para educação e todo orçamento que existe tem que ser para garantir direitos básicos”, defende.

Assista ao programa na íntegra

Edição: Lia Bianchini