Distrito Federal

Teatro

Companhia estreia peças de teatro e circula pelo DF

Espetáculos inéditos e um infantil circulam pela internet, por espaços culturais da cidade e escolas públicas

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Depois de dois anos de suspensão das atividades presenciais, a Cia Burlesca retorna aos palcos - Foto: Matheus Alves

A partir desta quinta-feira, 5, a companhia teatral Cia Burlesca entra em cartaz com três espetáculos. Dois deles são inéditos "Solo seco - O lamento das águas" e "A Legítima História Verdadeira", e o terceiro é um espetáculo infantil que já circula pela internet "O Violinista Mosca Morta". As apresentações serão exibidas em variados locais do Distrito Federal, algumas com entrada gratuita e outras com cobrança de bilheteria.

As exibições da companhia iniciam com a circulação virtual gratuita do espetáculo inédito "Solo Seco - O lamento das águas". Interpretado por Mafá Nogueira, o grupo levará debates sobre a questão da água sob diferentes aspectos para equipamentos culturais e escolas públicas de sete Regiões Administrativas do Distrito Federal. 

O espetáculo será exibido nesta quinta, a partir das 20 horas no canal do Youtube do Espaço Cultural T-Bone e retrata o aquecimento global, escassez hídrica, projetos de privatização, o desperdício e mal uso, a contaminação de rios, lençóis freáticos, lagos e oceanos, o descaso com comunidades atingidas por barragens e a falta de planejamento para o abastecimento de água potável para áreas urbanas.


Solo Seco estreia nesta quinta (5) virtualmente e será exibido em outras regiões do Distrito Federal / Foto: Isis Medeiros

"Solo Seco" é composto por sete cenas, dirigidas cada uma por um diretor, e provoca discussão sobre sete temas: roubo de água pelo agronegócio; mercado financeiro no comando das políticas de energias hidrelétricas e mitigação de seus impactos; conceitos moleculares e novos paradigmas de como os humanos lidam com a água em aspectos biológicos e fisiológicos, a importância da água e suas propriedades terapêuticas na busca da saúde mental, emocional e espiritual; as causas e as consequências nas alterações hidrográficas no mundo e especificamente no Brasil e as agendas privatizantes da água pelo neoliberalismo e a indústria da seca. 

Segundo o ator Mafá Nogueira, esses motivos forçam-nos a repensar a questão da água para além da torneira aberta enquanto escovamos os dentes. "O teatro permite provocar essa discussão sem amarras políticas, que por alguma razão podem enfraquecer o enfrentamento do tema com profundidade".

O espetáculo será exibido no Espaço Semente (Gama) nos dias 7 e 8 de maio, Artise (Sobradinho) dias 12 e 13, Conselho de Cultura Brazlândia nos dias 14 e 15, Jovem de Expressão (Ceilândia) dias 19 e 20, Conselho de Cultura do Guará nos dias 21 e 22 e finaliza no Mercado Sul Vive (Taguatinga) dias 26 e 27 de maio.

O Violinista Mosca Morta


Pedro Caroca interpreta o palhaço Seu Cocó / Foto Lúcio Gomes

A partir de domingo, 8, o público infantil poderá conferir o espetáculo "O Violinista Mosca Morta" com o palhaço Seu Cocó interpretado por Pedro Caroca. 

A temporada acontece aos domingos, sempre às 16h, no Espaço Multicultural Casa dos Quatro (708 Norte), com ingressos a partir de R$ 15,00 à venda no site do Sympla

A apresentação trata-se de Seu Cocó, o palhaço violinista, que se esforça ao máximo para deixar tudo perfeito, mas sua obsessão e compulsão por organização pioram a situação. Ele contracena com uma mosca.

Pedro Caroca, ator principal desta mostra diz que, "acreditamos ser importante abordar com o público infantil, em formação, reflexões sobre como as manias cotidianas, muitas vezes confundidas com o transtorno obsessivo compulsivo (e vice-versa), podem atrapalhar a rotina das pessoas, ou simplesmente o quanto nos boicotamos e perdemos tempo querendo que algo seja perfeito, dentro do nosso controle, quando isso não é possível, por fugir de nossa governabilidade. E deixamos de ser surpreendidos pelo acaso. É preciso trabalhar a frustração, o fracasso e o erro com crianças".

"A Legítima História Verdadeira"

Finalizando a sequência de espetáculos, no dia 28 de maio terá início a circulação da peça teatral "A Legítima História Verdadeira", dirigido por Patrícia Barros, com apresentações em escolas públicas, espaços culturais e acampamentos de São Sebastião.

A apresentação começará no Acampamento Marielle Franco, seguirá pelas escolas Nova Bethânia, Centrão, São Bartolomeu, São Francisco, Instituto Federal de Brasília e Espaço Comunal Olaria, com fomento do Fundo de Apoio à Cultura do DF pelo Edital Regionalizado, que contempla a Região de São Sebastião.

O espetáculo foi inspirado em Roseli Nunes e Margarida Maria Alves, mulheres que, cada uma a seu modo, cada uma no seu tempo, cada uma numa ponta do Brasil, lutaram pela dignidade da vida humana, pela justiça social, por direitos básicos dos povos do campo. 

"Durante nossa trajetória e relação com os movimentos populares, principalmente com aqueles dos povos do campo, conhecemos esses dois nomes femininos que são símbolos da luta pela terra no Brasil. Roseli Nunes a partir de sua participação na ocupação da Fazenda Annoni, que deu início ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, no Rio Grande do Sul. E Margarida Maria Alves  que se tornou conhecida por sua luta pelo reconhecimento dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores do campo e pela denúncia de abusos por fazendeiros de Alagoa Grande. Sua história e luta inspira a Marcha das Margaridas criada em 2000", explica Patrícia Barros, diretora da peça.

Programação

O Violinista Mosca Morta

8, 15, 22 e 29 de maio

Domingo, às 16h

Casa dos Quatro - 708 Norte, Bloco F, Loja 42

Ingressos Sympla

Solo Seco - O lamento das águas
Exibição virtual

7 e 8 de maio
Espaço Semente (Gama)

12 e 13 de maio
Artise (Sobradinho)

14 e 15 de maio
Conselho de Cultura Brazlândia

19 e 20  de maio
Jovem de Expressão (Ceilândia)

21 e 22 de maio
Conselho de Cultura do Guará

26 e 27 de maio
Mercado Sul Vive (Taguatinga)

A programação completa com as apresentações de todos os espetáculos pode ser acompanhada nas redes sociais da Cia Burlesca.

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Edição: Flávia Quirino