Distrito Federal

movimento estudantil

Chapa única obtém 5.160 votos e confirma reeleição para o DCE da UnB

Coalizão reúne as principais forças progressistas do movimento estudantil na universidade

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Chapa reeleita para o DCE-UnB envolve as 15 principais forças progressistas do movimento estudantil que atuam na universidade - Beto Monteiro (Secom/UnB)

Com 5.160 votos, a chapa "A UnB é nossa" foi reeleita para comandar o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE-UnB) Honestino Guimarães.

Com isso, a coalizão vencedora vai indicar todas as vagas de representação discente nos diferentes conselhos da universidade. Ao todo, foram 5.442 votos válidos em cada uma das votações, a que elege o comando do DCE em si e a que elege a representação discente nos conselhos. O pleito foi realizado entre os dias 18 e 20 de abril.

DCE
Chapa 1 “A UnB é Nossa” – 5160
Brancos – 175
Nulos – 107

Representação Discente
Chapa 1 “A UnB é nossa” – 5169
Brancos – 176
Nulos – 97

Para a reeleição, era necessário que pelo menos 10% dos estudantes participassem da votação, número mínimo exigido para validar a gestão, o que acabou sendo alcançado no processo. A UnB possui cerca de 48 mil alunos.  

A chapa reeleita para comandar o DCE por mais um ano envolve as 15 principais forças progressistas do movimento estudantil que atuam na universidade: Levante Popular da Juventude, a Juventude Revolução (PT), Kizomba, Aurora, Quilombo, Luta, União da Juventude Socialista (UJS), JSB, Afronte, Rua, Juntos, PDT, União da Juventude Comunista (UJC), Bem Viver e Correnteza.

"Diante dessa conjuntura em que vivemos, a unidade era imprescindível pra gente poder se posicionar e defender a universidade pública", explica Sofia Cartaxo, estudante de Ciências Sociais, coordenadora de extensão do DCE e militante do Levante Popular da Juventude.

Segundo Cartaxo, a gestão reeleita vai precisar lidar com uma série de novos desafios, como o retorno das aulas presenciais na UnB em junho. "A gestão anterior lutou muito para construir as políticas de assistência estudantil durante a pandemia. A universidade está enfraquecida, os alunos estão fragilizados, devido à má-gestão do governo nesse período. Agora é hora de lutar manter a assistência estudantil, fazer o acolhimento dos alunos que ainda não tiveram aula presencial, os chamados calouros de pandemia. Para quem chega agora é preciso garantir estrutura, entrar nos trilhos de novo", aponta. 

Outro tema central que deve tomar conta dos debates no movimento estudantil brasileiro é a revisão da Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012). A legislação completa 10 anos em 2022 e uma revisão dessa política precisa ser feita por exigência dela mesma. "A gente entende como de extrema importância a manutenção e ampliação dessa política, porque cotas abrem portas", aponta Sofia Cartaxo.

Cotas

A Lei de Cotas determina que 50% das vagas em universidades e institutos federais sejam direcionadas para pessoas que estudaram em escolas públicas. Desse total, metade é destinada à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.

A distribuição das vagas da cota racial e deficiência é feita de acordo com a proporção de indígenas, negros, pardos e pessoas com deficiência da unidade da Federação onde está situada a universidade ou instituto federal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A UnB foi pioneira na política de cotas raciais na universidade, tendo implantado seu modelo de acesso ainda em 2004, bem antes da lei federal. A medida estabelecia que 20% das vagas do vestibular seriam destinadas a candidatos negros, além de prever a disponibilização de vagas para indígenas de acordo com demanda específica.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::  

Edição: Flávia Quirino