Distrito Federal

Pandemia

Com vacinação, letalidade da covid-19 é 24 vezes menor no DF

Apesar do recorde de casos, mortalidade despencou após imunização da população

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Mais de 70% dos óbitos por covid-19 no DF em 2022 foram de pessoas não vacinadas; imunização reduz em 24 vezes a letalidade da doença na capital do país - Foto: Clóvis Prates/HCPA

A letalidade da covid-19 caiu drasticamente entre a população do Distrito Federal no início de 2022, se comparada à média dos dois semestres de 2021. O balanço foi apresentado nesta sexta-feira (18) pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), durante coletiva de imprensa, e mostra os benefícios da vacinação em massa.

Na capital do país, quase 80% da população apta a ser vacinada já recebeu ao menos duas doses do imunizante até o momento.

Segundo os números apresentados pela pasta, desde o primeiro dia deste ano até o último dia 14 de fevereiro, foram registrados 165 óbitos e 131.017 novos casos de covid-19. Isso corresponde a uma letalidade de apenas 0,13% da população e uma taxa de mortalidade de 2,84 casos para cada 100 mil habitantes.

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No primeiro semestre do ano passado, quando o país viveu uma devastadora segunda onda da pandemia e a vacinação ainda estava no início, o número acumulado de mortes foi de 4.713. Já o de contaminações alcançou 150.615. Isso corresponde a uma taxa de letalidade de 3,13% da população, o que é 24 vezes maior do que o índice atual.

Além disso, a taxa de mortalidade chegou a ser 154,40 casos para cada 100 mil habitantes, o que é mais de 54 vezes maior do que a taxa medida atualmente. 

"Isso demonstra claramente a efetividade da vacinação. Não há o que se questionar, apesar da incidência [de casos] ainda estar alta", afirmou Fabiano dos Anjos, diretor de Vigilância Epidemiológica da SES-DF.

Os números do começo desse ano em relação a óbitos também são muito melhores do que o segundo semestre do ano passado. Entre julho e dezembro de 2021, foram contabilizados 1.313 óbitos, uma letalidade de 1,67%, menor do que a do primeiro semestre de 2021, mas ainda 12 vezes maior do que a taxa atual.

Não vacinados em risco

A SES-DF também apresentou números que demonstram o risco que a população não vacinada está correndo em caso de contaminação pela covid-19, especialmente entre as pessoas maiores de 60 anos. Das 199 mortes registradas entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro deste ano, 27 óbitos foram de pessoas com até 59 anos (22 delas com comorbidades) e 172 óbitos de pessoas com 60 anos ou mais (148 com comorbidades).

Entre as pessoas com 60 anos ou mais, mais de 70% dos óbitos ocorreram entre aqueles não vacinadas e 29% entre pessoas vacinadas.

Desde o início da campanha de vacinação, 190 mil moradores do DF ainda não tomaram nem sequer uma dose de vacina. Já outras 106 mil pessoas acima de 12 anos, que já estão aptas à tomar segunda dose, ainda não concluíram o ciclo de vacinação. 

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"É importante que essas pessoas venha, nos procurem, participem, vacinem. Só assim, com a iniciativa individual é que a gente garante o sucesso coletivo", afirmou Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde da pasta.

Vacinação infantil

Durante a coletiva, a Secretaria de Saúde também atualizou o andamento da vacinação infantil. Até o momento, na capital do país, um total de 126.018 crianças entre 5 e 11 anos já tomaram a primeira dose, o que representa 46,91% do público de 268 mil estimado para essa faixa etária no DF.

A vacinação desse público prossegue em Brasília. Crianças a partir dos 6 anos podem ser vacinadas com CoronaVac. Já aquelas com 5 anos, ou de 5 a 11 anos com algum tipo de comorbidade, devem ser vacinadas exclusivamente com a dose da Pfizer.

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As crianças que foram vacinadas há pelo menos 28 dias com a Coronavac receberão a segunda dose do imunizante a partir deste sábado (19), informou o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache. “Levem seus filhos para tomar a segunda dose, precisamos muito do apoio da população. Não precisamos de colaboração, mas da adesão dos pais para levar as crianças para vacinar”, pediu o secretário.

Os pontos exclusivos para a vacinação infantil são atualizados diariamente pela Secretaria de Saúde. Veja quais são. Eles funcionam diariamente, das 8h às 17h. 

Demais públicos

Para os demais públicos, a partir dos 12 anos, a vacinação também segue em andamento. Adolescentes menores de idade não precisam ser acompanhados pelos responsáveis, basta comparecer a um dos postos e apresentar a carteira de identidade. Quem tem mais de 18 anos pode escolher a marca da vacina, desde que esteja disponível. Quem tomou tomou AstraZeneca ou Pfizer recebe a segunda aplicação oito semanas após a primeira dose. Para a CoronaVac, o intervalo recomendado é de 14 a 28 dias.

Já a dose de reforço está disponível para apenas para pessoas com com 18 anos ou mais. O intervalo mínimo é de quatro meses em relação à segunda dose. Também há dose adicional sendo aplicada em pessoas imunossuprimidas graves e que tenham recebido a segunda dose, ou dose única, há pelo menos 28 dias. No caso da vacina Janssen, que é de dose única, o seu reforço é aplicado após um intervalo de dois meses da aplicação anterior.  

Ocupação de UTIs

Pelo terceiro dia consecutivo, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátricos chegou em 100% nos hospitais públicos e privados. As únicas vagas disponíveis eram de UTIs adultas e neonatais, segundo atualização da tarde desta sexta. Ao todo, a taxa de ocupação de UTI exclusivas para covid-19 no DF estava em 94,55%.

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Nas últimas 24 horas, Distrito Federal registrou 2.343 novos casos conhecidos de covid-19 e mais 16 mortes pela doença. Desde o início da pandemia, 11.343 pessoas morreram e 671.405 foram infectadas pelo coronavírus na capital do país.

A taxa de transmissão do vírus, que chegou a disparar desde o início do ano, voltou a ficar abaixo de 1. Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, o índice (Rt) ficou em 0,98 nesta sexta-feira, o que significa que 100 pessoas contaminam outras 98. Quando está abaixo de 1, o indicador sugere que a pandemia tende a ser controlada. Acima de 1, a tendência é de expansão de casos.

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Edição: Flávia Quirino