Pandemia

Com nova onda de contaminações de covid, Distrito Federal proíbe shows, festas e festivais

Casos de covid-19 disparam na capital do país e governador anuncia restrições

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Para conter nova onda da pandemia, DF proíbe shows e eventos com aglomeração - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, anunciou nesta quarta-feira (12) a proibição de shows, festas e eventos com aglomeração na capital do país. A medida é uma tentativa de conter o avanço de uma nova onda de contaminações da covid-19. 

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"Tenho acompanhado o aumento de casos no DF e nossa gestão decidiu, junto aos técnicos da saúde, proibir a realização de eventos, shows, festas e afins. Os detalhes serão divulgados em decreto a ser publicado no Diário Oficial", postou o governador em sua conta no Twitter.

No momento, Ibaneis está fora do país, passando férias nos Estados Unidos. A ideia é que eventos, incluindo festas e shows com cobrança de ingressos, sejam totalmente proibidos. 

Nas últimas 24 horas, foram notificados 3.813 novos casos e mais uma morte por covid-19 no DF. Para se ter uma ideia da evolução, há exatamente uma semana atrás, o número de novos casos, que já vinha crescendo, era de 760. Na terça-feira (11), o número de casos diários de contaminação bateu recorde e chegou 4.220.

Desde o início da pandemia, 11.123 (2,1%) pessoas já morreram e 535.724 foram infectadas pelo coronavírus em Brasília. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, 95% das pessoas infectadas se recuperaram. 

A taxa de transmissão do vírus subiu novamente e chegou em 2,11. O número indica que cada 100 infectados contaminam outras 211 pessoas, o que significa uma grande expansão da pandemia. Na terça, o índice era de 2,06, o que se aproxima dos piores patamares desde o início da pandemia.

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Ibaneis Rocha afirmou também que que o governo trabalha para vencer a pandemia e comentou sobre o início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos, prevista para começar no próximo domingo (16). 

"Seguimos trabalhando para vencer a pandemia. No próximo domingo (16), vamos iniciar a campanha de imunização de nossas crianças, a princípio, com as 16,3 mil doses fornecidas pelo governo federal. Faremos a vacinação gradualmente".
 
Ele também reforçou a necessidade das pessoas se vacinarem ou completarem o ciclo vacinal como forma de prevenir casos graves da doença.

"Somente com o ciclo vacinal completo de toda a população venceremos a pandemia. Atualmente, 90% das internações causadas pela doença são de pessoas que não se vacinaram ou que estão com a segunda dose pendente. Por isso, reforço: procurem nossos postos para imunização", escreveu. 

A Secretaria de Saúde do DF atualizou os pontos de vacinação, incluindo horários de funcionamento. Acesse aqui.

O que deve ser feito

O médico Julival Ribeiro, que é doutor em doenças tropicais pela Universidade de Brasília (UnB) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), aprova as medidas restritivas anunciadas pelo Governo do DF. No entanto, ele acredita que é preciso considerar outras medidas de contenção, como a retomada dos regimes de home office por empresas e serviço público, e a exigência do cartão de vacina para entrada em estabelecimentos comerciais. 
 
"Alguns locais já estão adotando outras medidas para evitar aglomerações no transporte público, por exemplo, que a adoção, do home office de servidores e trabalhadores. Isso evita que tantas pessoas saiam de casa para o trabalho e compartilhem o transporte ao mesmo tempo. Já a medida mais importante em relação a restaurantes e bares seria você exigir o cartão de vacinação".

Além disso, salienta Ribeiro, é preciso reforçar aquele protocolo que a sociedade se acostumou bastante desde o início da pandemia. "Evitar aglomeração e espaços fechados sem ventilação, manter distanciamento mínimo de dois metros, usar máscara cobrindo nariz e boca. Isso serve tanto para o covid-19 quanto para o vírus da Influenza", afirma.

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O médico infectologista ainda ressalta a necessidade de vacinação da população, incluindo crianças, já que os casos nesse grupo etário estão se multiplicando mundo afora, diferente de momentos anteriores da pandemia. 

"É preciso levar, assim que as vacinas estiverem disponíveis, as crianças de 5 a 11 anos. Está se observando mundo afora, com a variante ômicron, o volume de casos muito grande em crianças".

Para Ribeiro, apesar de a variante ômicron, até o momento, estar causando doenças menos graves na maioria esmagadora dos infectados, especialmente por conta da vacinação, sua altíssima transmissibilidade tem potencial de sobrecarregar os sistemas de saúde, por isso a importância das medidas de prevenção.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino