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Meio Ambiente, mais um fracasso anunciado no governo Bolsonaro

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O agronegócio nunca avançou tanto com alto número de aprovação de novos agrotóxicos, recursos disponibilizados pelo governo federal. - EBC/Arquivo/Divulgação
O meio ambiente é a nossa casa e esse governo representa a desordem e destruição da nossa casa

Assim como em diversas áreas, em relação ao meio ambiente, o Brasil não tem o que mostrar em termos de avanços para o mundo, tampouco para a população brasileira. Muito pelo contrário!

Presenciamos desde o golpe de 2016, inúmeros cortes orçamentários, aumento do desmatamento em todos os biomas, aumento na emissão de gases poluentes, desmonte das políticas e enfraquecimento dos órgãos ambientais, além de vários ataques ao meio ambiente, anistia à grileiros, autorização de agrotóxicos proibidos em outros países, destruição e venda dos nossos bens naturais. 

Todo esse panorama oriundo do governo Temer foi aprofundado com Bolsonaro quando ainda candidato, ele já anunciava que se assumisse a presidência, iria fundir Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura para unir conservação e produção. Afirmou também que, no que dependesse dele, não teríamos mais demarcação de terras indígenas e quilombolas no Brasil. Às vésperas das eleições, o parlamentar na época garantia que, quando chefe do Executivo, retiraria o Brasil do Acordo de Paris, aquele que trata das medidas internacionais para a redução de emissão de gases estufa.

Desde a posse de Jair Bolsonaro diversos episódios de destruição foram marcantes no Brasil, manchas no litoral brasileiro em meados de 2019, queimadas ocorridas na Amazônia e no Pantanal, desmatamento de forma descontrolada nos biomas brasileiros, recorde na liberação de agrotóxicos. A postura negligente de Jair Bolsonaro e todo o seu governo para com os temas ambientais são práticas constantes.

Temos um governo negacionista, que nega a ciência, nega o impacto das mudanças climáticas e não reconhece a importância do nosso patrimônio natural.

Ricardo Salles, inicialmente ministro do meio ambiente, o de "deixar a boiada passar" foi exonerado por envolvimento  em exportação ilegal de madeira. Escândalos são marcantes durante todo o governo.

O STF determinou o afastamento do presidente do IBAMA, Eduardo Bim e a quebra de sigilo fiscal e bancário do Ministro Ricardo Salles. Ambos são alvos de operação da Polícia Federal por exportação ilegal de mais de 8 mil cargas de madeira. Hoje, o atual ministro, Joaquim Leite, não alterou em nada os rumos da política ambiental brasileira que continua devastadora.

Mais recentemente várias imagens no Rio Madeira mostraram barreiras imensas de balsas de garimpo de ouro ilegal em uma região próxima ao município de Autazes, no interior do Amazonas. Isso se dá pelo aumento no preço do ouro, queda na fiscalização ambiental, discursos e ações governamentais que incentivam e apoiam à atividade ilegal.

Ainda nesse final de ano, aconteceu em Glasgow, na Escócia, a COP26, a 26ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.

O Brasil tem papel fundamental, pois é um dos grandes emissores de gás carbônico e parte do seu território é composto pela maior floresta tropical do planeta, a Amazônia. Esta floresta tem grande importância para todo o planeta no sequestro de carbono, aclimatação e regime de chuvas.

Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu à COP26, fez um vídeo e se comprometeu com metas que estão na contra mão das políticas adotadas por seu governo. Zerar o desmatamento até 2028 e reduzir as emissões de gases em 50% até 2030.

A pergunta que não quer calar: como levar a sério essas promessas e fazer a população brasileira e do mundo acreditar nisso enquanto o que vemos e vivemos é totalmente o oposto?

As consequências em meio ao caos ambiental são muitas como a insustentabilidade do agronegócio brasileiro, baseado na monocultura exportadora, frente à emergência climática. O Brasil teve queda na produção de alguns itens agrícolas este ano por causa do clima, por isso também tivemos queda no PIB e estamos tecnicamente em recessão.

Esse governo genocida trabalha contra a Reforma Agrária, agricultura familiar e a agroecologia. Perseguições políticas aos movimentos sociais da luta pela terra e suas lideranças. Não existem políticas para os assentamentos e agricultura familiar, e não bastasse não assentar as famílias, ainda aumentaram os despejos com inúmeras violências a essas famílias. O agronegócio nunca avançou tanto com alto número de aprovação de novos agrotóxicos, recursos disponibilizados pelo governo federal.

O meio ambiente é a nossa casa e esse governo representa a desordem e destruição da nossa casa. Os movimentos estão resistindo criando novos mercados, venda direta dos seus produtos, investindo na organização das famílias, mas sem a participação do Estado nesse governo ultra neoliberal. É nosso papel lutar contra esse governo destruidor da fauna, da flora e do povo brasileiro, este ecocídio que vivemos. 

EXIGIMOS RESPEITO COM A NOSSA CASA E A PRESERVAÇÃO DA NOSSA VIDA!

* Gabriel Magno, é dirigente da CNTE e professor da rede pública do DF.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa  a linha do editorial  do jornal Brasil de Fato - DF.

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Edição: Flávia Quirino