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Ano novo de fato, não de novo

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Sim, foi um ano muito, muito duro, mas o aprendizado que se adquire é diretamente proporcional ao tamanho da luta, e assim, mais experientes e mais resistentes. - Foto: ADUnB
Em 2022, seguiremos em luta

Se fôssemos montar uma árvore de natal na qual as bolinhas representassem cada uma das lutas que travamos neste 2021 tão difícil que se aproxima do fim, nossa árvore ficaria abarrotada de bolinhas, e das mais diversas cores, afinal, participamos das mais variadas lutas pelos direitos, não só da categoria que representamos, dos e das docentes da Universidade de Brasília (UnB).

Ao longo deste ano, por apenas alguns exemplos das ações, manifestações e atos que promovemos e/ou participamos contra a necropolítica de um governo fascista, estivemos nas seguintes trincheiras:

- contra o PL 5595, que previa retorno das atividades presenciais nas escolas e faculdades sem os devidos protocolos de segurança sanitária para docentes, estudantes e demais trabalhadores e trabalhadoras dos estabelecimentos de ensino;

- participando direta e ativamente no Comitê UnB pela vacinação, reivindicando a imunização contra a covid-19 não apenas da categoria docentes, mas de toda a população do Distrito Federal;

- em conjunto com a sociedade civil, movimentos sociais, entidades sindicais e militantes das mais diversas causas, a ADUnB esteve presente e atuante em todos os atos planejados e realizados pedindo o impeachment de um presidente negacionista, fascista e servil ao mercado, ao qual, todos os dias, tenta entregar o Estado a preço de banana, retirando direitos trabalhistas e previdenciários da categoria de servidores públicos os mais variados, sucateando entidades científicas e de pesquisa;

- em todos os atos contra a PEC 32, que prevê justamente a já citada destruição do Estado em favor de criminosas, inconstitucionais e lucrativas privatizações, a ADUnB não só participou, como mobilizou a categoria que representa, somando forças a outras categorias do serviço público, articulou-se com parlamentares cientes da importância do papel do Estado na saúde, na educação, no transporte, na comunicação e na segurança da população;

- e, por exemplo mais recente, na luta contra a PEC 23, a PEC do Calote, que retira recursos também da Educação para custear um programa eleitoral de Bolsonaro, bem como a farra de seus aliados no Congresso com o orçamento da União.

Em todas essas lutas, perdemos algumas batalhas, mas vencemos outras tantas, e, até o momento, a vitória mais simbólica do valor de lutar sempre deu-se recentemente, ainda na primeira quinzena deste dezembro, quando a unidade de todos que defendem o Estado e o serviço público fez com que aliados parlamentares de Bolsonaro desistissem de aprovar a PEC 32 na forma e na velocidade que pretendiam, e com ano eleitoral pela frente, dificilmente a pauta terá prioridade do governo e aliados, os quais, com muita luta, não permitiremos que sejam reeleitos.

Renovar forças

Sim, foi um ano muito, muito duro, mas o aprendizado que se adquire é diretamente proporcional ao tamanho da luta, e assim, mais experientes e mais resistentes. Em 2022, seguiremos em luta por nossa categoria, pelo serviço público, pela Educação pública, gratuita, inclusiva, acessível a todos e todas, laica, pelos direitos da população de nosso país, pelo #ForaBolsonaro, enfim, por um ano novo de fato, sem espaço para qualquer traço do “de novo”.

É o que desejamos a todas e todos docentes da Universidade de Brasília, com suas famílias, no Natal, neste 2022 e sempre.

*Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB - S. SInd. do ANDES-SN)

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Edição: Flávia Quirino