Distrito Federal

Manifestação

Contraponto ao golpismo, Grito dos Excluídos defende vacina, comida e emprego no DF

Ato reuniu milhares em Brasília e foi marcado pela diversidade

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Grito das Excluídas e Excluídos, Distrito Federal - Redação

O Grito das Excluídas e dos Excluídos fez um contraponto ao ato golpista dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e reuniu milhares de pessoas na Torre de TV, zona central de Brasília, na manhã desta terça-feira (7), data em que se comemora o Dia da Independência. Pela conta dos organizadores, a manifestação reuniu cerca de 5 mil pessoas. A Polícia Militar do DF não faz estimativa de público.

Este ano, o Grito contou com o apoio da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, num dos piores momentos da crise política e social causada pelo atual governo. O mote da mobilização não poderia ser mais explícito: “Vida em primeiro lugar – na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.


Grito das Excluídas e Excluídos, Distrito Federal / Angela Costa Amaral

"Há 27 anos, o Grito dos Excluídos é realizado no dia 7 de setembro, por uma nova independência, uma independência popular, com soberania popular. Estamos aqui para dizer fora Bolsonaro genocida, mais vacina para todos e comida no prato", afirmou Alexandre Conceição integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

A poucos quilômetro dali, a manifestação pró-Bolsonaro, que contou forte aparato empresarial para ser realizada, marcou a defesa de uma ruptura institucional contra a democracia. Em seu discurso, o presidente reforçou as ameaças golpistas que vem fazendo ao longo dos últimos meses. Apesar da grande estrutura, o público dessa mobilização ficou abaixo do esperado.  

"Vamos mostrar que se eles acham que é um passeio acabar com a nossa democracia, vai ter resistência. Estaremos nas ruas porque as ruas são nossas e é aqui que sempre estivemos e voltaremos sempre que houver alguma tentativa antidemocrática por esse governo genocida", afirmou Camila de Caso, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no Distrito Federal, integrante da organização do Grito dos Excluídos este ano.   

O ato foi marcado pela diversidade de representações sociais e de trabalhadores, desde servidores públicos, agricultores familiares, indígenas, população LBGTQIA+, movimento de mulheres, movimento negro e estudantes.

Para Rodrigo Rodrigues, presidente da Central Única dos Trabalhadores no DF (CUT-DF), o ato cumpriu seu papel de mostrar resistência. Segundo ele, essa é mais uma etapa de um longa jornada de mobilizações populares contra os retrocessos sociais provocados pelo governo Bolsonaro.   

"Aqui em Brasília, na Torre de TV, foi uma bela mobilização daqueles que não aceitam o negacionismo da pandemia, não aceitam os desmando, a corrupção na compra de vacinas, que causou mortes. Estamos aqui gritando Fora Bolsonaro", afirmou.

O Grito dos Excluídos está ocorrendo neste dia 7 de setembro em mais de uma centena de cidades de todo o país. A cobertura completa, em tempo real, você confere na página do Brasil de Fato.

Edição: Márcia Silva