Ceará

Economia

Editorial | Dois anos sem festas juninas

A ausência das festividades juninas impacta diretamente toda uma cadeia produtiva causando prejuízos significativos

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
São João de Caruaru (PE) em 2019 - Fotos Públicas

Chegamos no mês de junho, um dos meses mais esperado do ano em todo o Brasil, principalmente para quem mora no Nordeste, e em especial para as pessoas que trabalham no setor junino. Os meses de junho e julho marcam um período de festividade popular, da celebração da vida, da natureza da colheita de bons frutos, com os grandes festivais de quadrilhas.

Por todo Brasil existe uma mesma sintonia de alegria quando chega na época das celebrações das festas juninas, a região do Nordeste é um dos lugares que isso se dá com mais intensidade e o Ceará é um desses estados do Nordeste que manter essa tradição popular na maioria das cidades. Esse é o período que mais aquece a economia local em alguns municípios, com realizações de festivais de quadrilhas, com produções gigantescas, bandas de forró, cidades cenográficas, uma semana de apresentações culturais. Em algumas cidades o que se destaca são os grandes festivais de quadrilhas, como é caso de Maracanaú.

Porém, com o agravamento da pandemia no Brasil, infelizmente esse ano completará dois anos sem as tradicionais festividades de São João, essa festa popular que tanto remete momentos de reencontros, de alegria, de partilha e celebração de toda uma cultura carregada de tradição popular. A ausência das festividades juninas impacta diretamente toda uma cadeia produtiva causando prejuízos significativos na economia das cidades onde se organiza grandes e pequenos festivais de quadrilhas.

Segunda a Federação das Quadrilhas Juninas do estado do Ceará (Fequejuce), as festividades juninas são responsáveis em média por uma movimentação econômica de cerca R$ 130 milhões no Ceará nesse período, também gera entorno de oito mil empregos temporários. Sabermos o quanto momento atual do país está afetando todos os setores em especial da cultura. O governo do estado inclusive lançou no começo do ano edital de auxilio emergencial para esse setor na tentativa de amenizar os impactos da pandemia. 

Apesar da situação caótica do que país se encontra com governo genocida de Bolsonaro, estamos tentando cultivar a esperança, que se o próximo ano já estivermos com maioria população vacinada e a pandemia controlada, há possibilidade de reunirmos todas e todos para celebramos a volta do período junino com quadrilhas, cidades cinematográficas, comidas típicas e muito forró pé serra.

Edição: Monyse Ravena